Sex, 03 de Abril de 2009 18:33
fonte: http://www.niteroi.rj.gov.br
O prédio dos Correios, localizado no Centro de Niterói e que está com as obras paralisadas desde o final de 2007, abrigará um espaço cultural. O projeto de restauração e parceria entre a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) e a Prefeitura de Niterói foi anunciado nesta sexta-feira (03/04) pelo presidente da ECT, Carlos Henrique Almeida Custódio, e pelo vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias da Caixa Econômica Federal, Moreira Franco, na sede da prefeitura, onde foram recebidos pelo prefeito Jorge Roberto Silveira.
"Nós discutimos a utilização do prédio dos Correios. O órgão quer fazer a reforma e nós queremos utilizar os dois andares superiores para fins culturais como acontece no Rio de Janeiro", disse Jorge Roberto.
Segundo o prefeito, o projeto faz parte do programa de revitalização do Centro da cidade.
"Vai ser uma grande conquista para a cidade. Com o Caminho Niemeyer, com a mudança na legislação que pretendo fazer para estimular o uso residencial no Centro, entre outras coisas, a reforma do Correios se encaixa perfeitamente", disse Jorge Roberto.
O secretário municipal de Cultura, Claudio Valério Teixeira, que também participou da reunião, afirmou que por enquanto existem idéias.
"Estamos pensando na criação de um Centro Cultural ou museu. Pensou-se em fazer um Museu da Língua Portuguesa nos moldes de São Paulo, mas não consideramos possível", disse o secretário que informou ainda que além dos dois andares, haverá uma galeria de exposições no térreo.
De acordo com o presidente da ECT, Carlos Henrique Almeida Custódio, Moreira Franco já teria iniciado os contatos.
"Tivemos uma conversa na semana passada com o Moreira, em Brasília. É muito importante que o órgão participe deste processo", disse Custódio, que contou ainda que a licitação deve estar pronta em quatro meses e que a reforma está orçada em cerca de R$ 10 milhões
sábado, 11 de abril de 2009
Cinema marginal é recuperado em DVD
Carlos Helí de Almeida, Jornal do Brasil
fonte:http://jbonline.terra.com.br/pextra/2009/04/07/e070417751.asp
RIO - Perseguido e banido para os porões da censura militar, o cinema de guerrilha produzido durante a ditadura (1964-1984) é agora reconduzido à luz pela era digital. Trinta e oito títulos, entre longas e curtas-metragens, desse período experimental, um dos mais férteis da atividade no país, foram recuperados pela coleção de DVDs Cinema Marginal Brasileiro, que começa a chegar ao consumidor a partir de maio. Os quatro primeiros volumes são dedicados à obra dos diretores Andrea Tonacci, Rogério Sganzerla (1946-2004), André Luiz Oliveira e Elyseu Visconti, e contêm trabalhos considerados seminais do movimento, como Bang bang (1970), de Tonacci, e Meteorango Kid, o herói intergalático (1969), de Oliveira.
O lançamento é resultado de uma parceria inédita entre o selo maranhense Lume Filmes, especializado em DVDs de autores cultuados, com a paulista Heco Produções, que realizou em 2001 a primeira das três edições da Mostra Cinema Marginal. A última, organizada em Brasília, em 2004, depois de passar por São Paulo e Rio, exibiu mais de 50 títulos da safra marginal, que teve seu período mais produtivo entre meados dos anos 60 e dos 70. Muitas dessas raridades – algumas nunca lançadas no circuito comercial – agora fazem parte da série de DVDs, graças ao apoio da Cinemateca Brasileira.
– Ao longo das três edições da mostra marginal conseguimos recuperar a cópia de 16 filmes. Foi um sacrifício, já que, em muitos casos, a gente encontrava a imagem em algum lugar da Cinemateca e o som debaixo da cama do diretor – conta Eugênio Puppo, dono da Heco e idealizador da mostra e da coleção, à frente das pesquisas sobre o gênero desde 1999. – Caveira, my friend (1970), do Álvaro Guimarães, por exemplo, que estará num dos futuros volumes, tinha sido parcialmente destruído pelo próprio diretor depois da exibição do filme no Festival de Brasília. Ele levou os negativos para a rua e tacou fogo. Fomos arranjar uma cópia dele na Bahia.
Rompimento com o cinema novo
O movimento marginal surgiu como uma reação de diretores autorais à política de financiamento que vigorava na época e à repressão militar. Englobam filmes produzidos por um grupo de cineastas que encontraram no experimentalismo formal um caminho eficiente para manter-se em atividade. Embora persista até hoje, a denominação marginal é rejeitada até mesmo para alguns dos cineastas associados a esse movimento, como o diretor Júlio Bressane, que considera a questão “artificial”: “O Brasil já é uma margem; cinema marginal só se for para jogar no mar”, disse o diretor carioca no Festival de Gramado do ano passado.
O termo chegou a ser ridicularizado pelos então jovens seguidores do Cinema Novo, com qual os marginais romperam no campo artístico. A ideia de que os cinemanovistas haviam abandonado a pesquisa estética e abraçado fórmulas mais facilmente digeridas pelo público irritava os experimentalistas. O baiano Glauber Rocha (1939-1981), grande ícone do movimento, apelidou os rivais de udigrudi, uma referência ao underground americano.
– O Glauber esculhambou o nosso cinema e algumas pessoas que o ajudaram, como o próprio Bressane. Dizia que quem não estava no grupo dele era fascista. Queria nos derrubar porque a gente dizia que eles eram inimigos do verdadeiro cinema independente – ataca Elyseu Visconti, ex-assistente do autor de Deus e o diabo na terra do sol (1964) antes de aderir à guerrilha do cinema marginal. – Os ditos cinemanovistas, como Cacá (Diegues), o Walter (Lima Jr.), todos faziam filmes comunistas. Não tinham nenhum sopro renovador, era tudo mal copiado do neorrealismo italiano. O único que salva daquele grupo é o Nelson (Pereira dos Santos). Ele tem trabalhos modernos, como Vidas secas.
Elyseu Visconti traz a série Os monstros de Babaloo (1970), que tem Helena Ignez, Wilza Carla, Zezé Macedo e Betty Faria no elenco. Ficou 10 anos nos arquivos da censura federal, “por ser considerado pelos censores um atentado aos bons-costumes brasileiros”, como lembra o diretor. O volume dedicado a Sganzerla tem Sem essa, aranha (1970), um musical rodado no Rio e protagonizado por Jorge Loredo, no papel de Zé Bonitinho. Filmado em Belo Horizonte, Bang bang, de Tonacci, é conhecido pelo personagem interpretado por Paulo Cesar Pereio, que veste uma máscara de macaco. Feito em Salvador, Meteorango Kid, de Oliveira, segue um universitário (Antônio Luiz Martins) que apronta pela cidade.
– Um dado interessante confirmado por todos esses anos de pesquisa é que o cinema marginal não deve ser associado ao Rio e a São Paulo – frisa Puppo. – Encontramos filmes representativos do movimento em Minas Gerais, como Perdidos e malditos (1970), de Geraldo Veloso, que também vamos colocar na coleção de DVDs, e até uma quantidade significativa de títulos no Piauí.
21:04 - 07/04/2009
fonte:http://jbonline.terra.com.br/pextra/2009/04/07/e070417751.asp
RIO - Perseguido e banido para os porões da censura militar, o cinema de guerrilha produzido durante a ditadura (1964-1984) é agora reconduzido à luz pela era digital. Trinta e oito títulos, entre longas e curtas-metragens, desse período experimental, um dos mais férteis da atividade no país, foram recuperados pela coleção de DVDs Cinema Marginal Brasileiro, que começa a chegar ao consumidor a partir de maio. Os quatro primeiros volumes são dedicados à obra dos diretores Andrea Tonacci, Rogério Sganzerla (1946-2004), André Luiz Oliveira e Elyseu Visconti, e contêm trabalhos considerados seminais do movimento, como Bang bang (1970), de Tonacci, e Meteorango Kid, o herói intergalático (1969), de Oliveira.
O lançamento é resultado de uma parceria inédita entre o selo maranhense Lume Filmes, especializado em DVDs de autores cultuados, com a paulista Heco Produções, que realizou em 2001 a primeira das três edições da Mostra Cinema Marginal. A última, organizada em Brasília, em 2004, depois de passar por São Paulo e Rio, exibiu mais de 50 títulos da safra marginal, que teve seu período mais produtivo entre meados dos anos 60 e dos 70. Muitas dessas raridades – algumas nunca lançadas no circuito comercial – agora fazem parte da série de DVDs, graças ao apoio da Cinemateca Brasileira.
– Ao longo das três edições da mostra marginal conseguimos recuperar a cópia de 16 filmes. Foi um sacrifício, já que, em muitos casos, a gente encontrava a imagem em algum lugar da Cinemateca e o som debaixo da cama do diretor – conta Eugênio Puppo, dono da Heco e idealizador da mostra e da coleção, à frente das pesquisas sobre o gênero desde 1999. – Caveira, my friend (1970), do Álvaro Guimarães, por exemplo, que estará num dos futuros volumes, tinha sido parcialmente destruído pelo próprio diretor depois da exibição do filme no Festival de Brasília. Ele levou os negativos para a rua e tacou fogo. Fomos arranjar uma cópia dele na Bahia.
Rompimento com o cinema novo
O movimento marginal surgiu como uma reação de diretores autorais à política de financiamento que vigorava na época e à repressão militar. Englobam filmes produzidos por um grupo de cineastas que encontraram no experimentalismo formal um caminho eficiente para manter-se em atividade. Embora persista até hoje, a denominação marginal é rejeitada até mesmo para alguns dos cineastas associados a esse movimento, como o diretor Júlio Bressane, que considera a questão “artificial”: “O Brasil já é uma margem; cinema marginal só se for para jogar no mar”, disse o diretor carioca no Festival de Gramado do ano passado.
O termo chegou a ser ridicularizado pelos então jovens seguidores do Cinema Novo, com qual os marginais romperam no campo artístico. A ideia de que os cinemanovistas haviam abandonado a pesquisa estética e abraçado fórmulas mais facilmente digeridas pelo público irritava os experimentalistas. O baiano Glauber Rocha (1939-1981), grande ícone do movimento, apelidou os rivais de udigrudi, uma referência ao underground americano.
– O Glauber esculhambou o nosso cinema e algumas pessoas que o ajudaram, como o próprio Bressane. Dizia que quem não estava no grupo dele era fascista. Queria nos derrubar porque a gente dizia que eles eram inimigos do verdadeiro cinema independente – ataca Elyseu Visconti, ex-assistente do autor de Deus e o diabo na terra do sol (1964) antes de aderir à guerrilha do cinema marginal. – Os ditos cinemanovistas, como Cacá (Diegues), o Walter (Lima Jr.), todos faziam filmes comunistas. Não tinham nenhum sopro renovador, era tudo mal copiado do neorrealismo italiano. O único que salva daquele grupo é o Nelson (Pereira dos Santos). Ele tem trabalhos modernos, como Vidas secas.
Elyseu Visconti traz a série Os monstros de Babaloo (1970), que tem Helena Ignez, Wilza Carla, Zezé Macedo e Betty Faria no elenco. Ficou 10 anos nos arquivos da censura federal, “por ser considerado pelos censores um atentado aos bons-costumes brasileiros”, como lembra o diretor. O volume dedicado a Sganzerla tem Sem essa, aranha (1970), um musical rodado no Rio e protagonizado por Jorge Loredo, no papel de Zé Bonitinho. Filmado em Belo Horizonte, Bang bang, de Tonacci, é conhecido pelo personagem interpretado por Paulo Cesar Pereio, que veste uma máscara de macaco. Feito em Salvador, Meteorango Kid, de Oliveira, segue um universitário (Antônio Luiz Martins) que apronta pela cidade.
– Um dado interessante confirmado por todos esses anos de pesquisa é que o cinema marginal não deve ser associado ao Rio e a São Paulo – frisa Puppo. – Encontramos filmes representativos do movimento em Minas Gerais, como Perdidos e malditos (1970), de Geraldo Veloso, que também vamos colocar na coleção de DVDs, e até uma quantidade significativa de títulos no Piauí.
21:04 - 07/04/2009
domingo, 5 de abril de 2009
Cinema Icaraí Patrimônio Cultural do RJ
O CINEMA ICARAI, foi tornado PATRIMÔNIO CULTURAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO em 26 de novembro de 2008, por ato do Governo Estadual, através do INEPAC (Instituto Estadual do Patrimônio Artístico e Cultural), atendendo a solicitação do IAB / RJ - Núcleo do Leste Metropolitano sensibilizado pelo Movimento dos moradores da cidade em defesa da manutenção do Cinema, iniciado no ano de 2006. Neste ano o cinema foi fechado e negociado com uma empresa do mercado imobiliário de Niterói, que intencionava construir em seu lugar um empreendimento imobiliário com shopping nos andares inferiores e prédio de quatorze andares em seu interior, mantendo exclusivamente, como "reminiscência" , a fachada do Cinema voltada para a Praia de Icaraí.
Porém o ato de Tombamento Estadual, não está sendo suficiente para resguardar o Cinema do desejo do capital imobiliário de transformar todas as construções da Cidade em edificações que retirem a máxima rentabilidade da multiplicação do solo urbano, desconsiderando valores culturais e referências históricas da população. Precisamos cobrar da administração pública uma intervenção em favor da permanência do Cinema Icaraí, como Símbolo Cultural do Niteroiense, transformando- o em um Centro de Cultura de Cinema para a Cidade.
NÚCLEO LESTE METROPOLITANO DO INSTITUTO DE ARQUITETOS DO BRASIL
- DPTO. DO RIO DE JANEIRO.
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