sábado, 27 de março de 2010

Comentário ao texto do Ronaldo

Kluk Neto disse:
Caro Ronaldo,

Muito direto e lúcido o seu texto. Infelizmente aqueles que apoiam o Procultura não estõa nem aí para a racionalidade econômica, as análises técnicas mais profundas ou o equilíbrio que a estrutura da atual Lei Rouanet dispõe entre financiamento Direto (FNC)compartilhamento da decisão de alocação (Renuncia Fiscal via Mecenato) e os Ficart.
É difícil se não impossível para alguns perceber que a Lei Rounet não foi mal concebida, mas mal gerenciada.
Compram o discurso do MinC que, para esconder a sua própria incompetência administrativa em resolver as distorções que ele mesmo permite que haja, resolveu à moda de Chavez, Ahmadinejad, Fidel e outros nossos compatriotas, eleger um grande Satã.
Esse grante Satã é São Paulo, o Rio, o Sudeste, seus produtores culturais, suas instituiçõe de cultura que aprenderam a utilizar o Mecenato e suas empresas, sua população, que é preciso lembrar, sustentam firmemente o Brasil já que são concentradas também como o Mecenato da Rouanet o é.
A estratégia da desunião é deletéria. Torço em vão para que o meio artístico brasileiro possa encontrar um caminho de entendimento para a convivência harmônica de diversos mecanismos de incentivo à cultura.
O Brasil é grande e poderíamos desejar que nele convivessem simultanemente diversos mecanismos de financiamenrto à Cultura que surgiram e se desenvolveram ao longo da nossa história.
É possível e desejável que convivam mecanismos mais antigos como o financiamento das Confederações de Comercio e Indústria (SESC SESI), com mecanismos jovens como o Mecenato, o FNC e os Ficarts da Lei Rouanet.É possível ainda que esses mecanismos convivam com os Pontos de Cultura que tem um longo caminho a percorrer até se aperfeiçoar e produzir efetivamente resultados. E convivam com o inovador sistema de gestão da Cultura das Organizações Sociais implantados pelo Governo de São Paulo.
A cultura e os artistas precisam de todos eles e ainda de mais.
Não precisamos que sejam mutilados os mecanismos atuais para que outros se desenvolvam. A Cultura quer mais e não de menos.
Pode-se diversificar as fontes de recursos ao invés de exaurí-las. Pode-se ampliar os focos de decisão, o que é democrático, ao invés de concentrá-las apenas no organismo estatal.
Mas os artistas e os tantos outros que defendem o Procultura não ouvem isso, não entendem ou não querem entender, pois vivem num mundo ideologizado,estatista, onde o capital e a sua lógica são condenáveis. Onde a arte eleita pelo mercado não é arte e a arte abandonada pelo mercado é arte.
Eles acreditam que já que é dinheiro de imposto, então que só o Estado decida.
O Minc rema na direção contrária de tudo o que dá certo na cultura, inclusive no seu próprio governo.
Num arroubo de busca pelo poder e no seu intento concentrador, já que não se conforma como o Mecenato tem amis dinheiro que o próprio MInC, deixa de perceber que todo o movimento que tem dado certo no campo cultural vai na direção de deixar a liberdade ser exercida, não só no campo da produção como no da gestão da cultura e da arte.
Vejamos.
Qual a similaridade entre os mecanismos de financiamento à Cultura. Lei Rouanet, SESC, OSs de Cultura e programa Cultura Viva.
Todos eles apota na direção de afastar do Estado do papel de gestor direto da produção cultural. Todos vão na direão de compartilhar com a sociedade civil a gestão dos recursos.
Independente do mecanismo, é preciso reconhecer que no fundo quem paga a conta sempre é o setor privado.O Estado é apenas um arrecadador de riquezas através do imposto e deve encontrar a melhor maneira de fazer a riqueza fluir de volta à sociedade.Não as produz. O dinheiro do imposto que alimenta os recuros federais da Rouanet, do ProAC de São Paulo ou a contribuição das empresas sobre a folha de pagamento que alimenta o fluxo do Sesc é produzido sempre na iniciativa privada, pelo trabalho e suor dos trabalhadores, pelo capital posto a serviço da produção, enfim por todos nós da sociedade civial que não somos o Estado.
Portanto cabe ao Estado encontrar as melhores formas e os canais pelos quais essa riqueza deve retornar à sociedade que as produz.
Esse Ministério passou oito anos fazendo força para entupir as artérias pelas quais circulam os recursos para a cultura na esfera federal, sem conseguir construir novos dutos consistentes que alimentem as áreas não irrigadas.Para isso basta ver como o Fundo Nacional da Cultura gerenciado pelo Minc também é concentrado na região Sudeste.
Agora querem colocar o torniquete e apertar até gangrenar com a promessa de que assim será melhor para todos. Quem aqui é bobo ? Ninguém é bobo, mas parece que todo mundo tem medo de lobo mal. Se ficarmos com medo aí ele engole mesmo. Tá na hora de chapeuzinho botar a boca no trombone. E botar os pingos nos is.

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