A partir de abril, a Secretaria Municipal de Cultura voltará a participar do Conselho Municipal de Cultura de Niterói. Esse entendimento foi firmado em reunião realizada na terça-feira última, dia 24, no gabinete do Secretário Cláudio Valério, da qual participaram sete conselheiros municipais da cidade. “A partir de agora, nós vamos trabalhar juntos. Nos próximos dias, estaremos nomeando os nossos dois representantes no Conselho. Uma indicação já certa é a da Kátia de Marco, subsecretária de Cultura”, anunciou Cláudio Valério.
O Conselho é um órgão de caráter consultivo e incentivador das atividades culturais do Município, constituído por representantes da sociedade e garantido pela Lei 2489, de 26 de novembro de 2007. A Secretaria de Cultura tem vaga cativa na instituição, porém, nas três reuniões mensais realizadas este ano, não se fez presente. No encontro com os conselheiros, o Secretário revelou que no início de abril será reaberto o Centro Cultural Paschoal Carlos Magno, localizado no Campo de São Bento, em Icaraí, que está passando por obras de reforma. Afirmou ainda que o Teatro Popular passa também por reformas, a um custo de R$ 1,2 milhão. “Havia até goteira no espaço. Isso é inadmissível para uma área cultural”, avaliou.
Cláudio Valério disse que está reorganizando os diversos órgãos culturais do Município. Aos conselheiros da cidade, afirmou que a Niterói Disco deverá lançar 10 discos ainda este ano; a Niterói Livro estimulará mais as publicações que abordem temas sobre a cidade e a Niterói Filme deverá denominar-se agora Niterói Imagem, ampliando a sua atuação nos diversos módulos da área de imagem – vídeo, curtas, fotografia etc.
A próxima reunião do Conselho está marcada para o dia 13 de abril, já com a presença dos representantes da Secretaria de Cultura.
Grato pela atenção.
Fernando Paulino (Reg. Prof. 13.689-DRT-RJ) – Membro do Conselho Municipal de Cultura de Niterói
quinta-feira, 26 de março de 2009
terça-feira, 24 de março de 2009
“Muitos que ficarão contra são os que perdem privilégios”
Antes mesmo da consulta pública, no final de semana, a repórter Ana Paula Sousa encontrou com o ministro num vôo. O resultado da entrevista “involuntária” está no blog dela.
Aqui, alguns trechos:
“Toda mudança vem acompanhada de certa expectativa. Vamos ter os que são a favor e os que são contra. Muitos dos que ficarão contra são aqueles que perdem privilégios com as mudanças.”
“Não vamos estatizar a cultura. Mas vamos trabalhar com critérios públicos mais transparentes, criando uma grade de pontuação que determinará o percentual de renúncia a que cada projeto terá direito.
Que critérios serão esses?
Queremos pactuar esses critérios a partir da consulta pública”.
“Muita gente achava que o projeto nem sairia mais. Qual a sensação de trazê-lo enfim a público?
É um alívio. Isso estava virando um saco de pedra carregado pelo ministério. Mas esse projeto teve que percorrer esse percurso e amadurecer. Ele teve que esperar a consolidação do processo de editais, a criação dos fundos setoriais e a construção de políticas públicas.”
“Um ministério da Cultura não pode ser xenófobo. O brasileiro precisa ter acesso à produção de outros países. A crítica ao Cirque du Soleil é que, ao receber dinheiro público, não houve um abatimento na entrada das apresentações.
A entrada de dinheiro público tem que significar algum tipo de ganho à população brasileira. O Cirque era inacessível a boa parte dos brasileiros. Foi esse o erro da aprovação.”
fonte:http://blogs.cultura.gov.br/blogdarouanet/
Aqui, alguns trechos:
“Toda mudança vem acompanhada de certa expectativa. Vamos ter os que são a favor e os que são contra. Muitos dos que ficarão contra são aqueles que perdem privilégios com as mudanças.”
“Não vamos estatizar a cultura. Mas vamos trabalhar com critérios públicos mais transparentes, criando uma grade de pontuação que determinará o percentual de renúncia a que cada projeto terá direito.
Que critérios serão esses?
Queremos pactuar esses critérios a partir da consulta pública”.
“Muita gente achava que o projeto nem sairia mais. Qual a sensação de trazê-lo enfim a público?
É um alívio. Isso estava virando um saco de pedra carregado pelo ministério. Mas esse projeto teve que percorrer esse percurso e amadurecer. Ele teve que esperar a consolidação do processo de editais, a criação dos fundos setoriais e a construção de políticas públicas.”
“Um ministério da Cultura não pode ser xenófobo. O brasileiro precisa ter acesso à produção de outros países. A crítica ao Cirque du Soleil é que, ao receber dinheiro público, não houve um abatimento na entrada das apresentações.
A entrada de dinheiro público tem que significar algum tipo de ganho à população brasileira. O Cirque era inacessível a boa parte dos brasileiros. Foi esse o erro da aprovação.”
fonte:http://blogs.cultura.gov.br/blogdarouanet/
domingo, 22 de março de 2009
Conselho de Cultura de Niterói se reúne com Secretário de Cultura
Na próxima terça-feira, dia 24, às 17h, membros do Conselho Municipal de Cultura de Niterói se reunirão com o Secretário de Cultura da cidade, Cláudio Valério. Será o primeiro encontro entre Conselho e Secretaria nesta gestão municipal. O Conselho, garantido pela Lei 2489, de 26 de novembro de 2007, é um órgão de caráter consultivo e incentivador das atividades culturais do Município, constituído por representantes da sociedade, que foram eleitos em plenária aberta, realizada em julho de 2008, na UFF. Integram ainda o Conselho representantes da Prefeitura e da Câmara dos Vereadores. A reunião de terça está marcada para o gabinete do Secretário, localizado à Rua Presidente Pedreira, 98, no Ingá.
O Conselho, em suas reuniões, já avaliou propostas apresentadas por diversos segmentos de Niterói, tais como: implantação de cursos profissionalizantes de artes cênicas; escola de circo; festival de teatro estudantil e profissional com artistas de Niterói; festival da canção estudantil e profissional com artistas da cidade; conservatório de música com estúdio popular; revisão do contrato da Cantareira; revitalização da Niterói Discos; conclusão das obras do Museu BR de Cinema, com melhor aproveitamento do espaço físico para as demais modalidades artísticas; revitalização das praças públicas; apoio aos clubes da cidade; incentivo ao desfile das agremiações carnavalescas da cidade, além de acompanhar a discussão acerca da criação da Lei Municipal de Incentivo à Cultura, entre outros pontos, todos com o objetivo de incrementar as atividades culturais de Niterói.
Grato pela atenção.
Fernando Paulino (Reg. Prof. 13.689-DRT-RJ) – Membro do Conselho Municipal de Cultura de Niterói
O Conselho, em suas reuniões, já avaliou propostas apresentadas por diversos segmentos de Niterói, tais como: implantação de cursos profissionalizantes de artes cênicas; escola de circo; festival de teatro estudantil e profissional com artistas de Niterói; festival da canção estudantil e profissional com artistas da cidade; conservatório de música com estúdio popular; revisão do contrato da Cantareira; revitalização da Niterói Discos; conclusão das obras do Museu BR de Cinema, com melhor aproveitamento do espaço físico para as demais modalidades artísticas; revitalização das praças públicas; apoio aos clubes da cidade; incentivo ao desfile das agremiações carnavalescas da cidade, além de acompanhar a discussão acerca da criação da Lei Municipal de Incentivo à Cultura, entre outros pontos, todos com o objetivo de incrementar as atividades culturais de Niterói.
Grato pela atenção.
Fernando Paulino (Reg. Prof. 13.689-DRT-RJ) – Membro do Conselho Municipal de Cultura de Niterói
quinta-feira, 19 de março de 2009
Nossa linda cultura de adorno*
Px Silveira 18 março 2009
fonte: http://www.culturaemercado.com.br/post/nossa-linda-cultura-de-adorno/
Não tem como errar. Atira-se uma flecha para o alto. Onde ela cair, você vai lá e pinta o alvo. É assim que tem sido a gestão pública da cultura no Brasil, com raras exceções.
Reféns do movimento incessante da cultura, que segue à revelia de suas políticas governamentais, os gestores estão sempre a um passo atrás, sem conseguir pensar estrategicamente.
Incapazes de se antecipar aos acontecimentos, eles não fazem nada mais que suas respectivas obrigações, quando muito. É assim. Enquanto a cultura rala para valer nas periferias do poder, os gestores vêm com a pose e chegam extamente na hora dos aplausos.
Enquanto essa palhaçada acontece no picadeiro oficial, a cultura vai bem, obrigado, apesar daqueles que deveriam ser seus gestores. E dá-lhe a nossa linda cultura de adorno e seus barnabés amestrados. Não é de hoje.
Historicamente, os mandatários têm receio da cultura, pois ela, como queiram, pode às vezes surgir como um poço sem fundo ou como uma caixa de marimbondo. No primeiro caso, dá vertigem aos despreparados. No segundo, preparem-se, pois quanto mais se mexe mais surge o que fazer.
Ao contrário das áreas de saúde, de educação, de habitação e de tantas outras áreas vitais para a sociedade, fazer pela cultura não diminui o que deve ser feito, pelo contrário, a cultura não é um setor, área ou segmento à espera do beneplácito governamental, mas ela é o amparo de toda a sociedade -e haverá sempre mais o que fazer na medida em que se faz por ela. É exponencial. Uma espiral geométrica infinda.
Ter receio da cultura, portanto, seria normal, pois todo receio tem um misto de respeito e temor da criação. Mas daí a aproveitar-se da situação para fazer dela uma mera ilustração de poder pessoal ou de grupos, há um passo muito largo e raso a ser dado.
Na certa voltaremos ao assunto. São quase infindas as acepções do adorno que fazem da cultura essa coisa linda – e assim totalmente desnecessária.
PX Silveira é presidente do Instituto ArteCidadania
*Em tempo:
Kleber Adorno é o nome do atual Secretário Municipal de Cultura de
Goiânia e Linda Monteiro é a presidente da Agência Goiana de Cultura.
O que para o autor, são meras coincidências.
fonte: http://www.culturaemercado.com.br/post/nossa-linda-cultura-de-adorno/
Não tem como errar. Atira-se uma flecha para o alto. Onde ela cair, você vai lá e pinta o alvo. É assim que tem sido a gestão pública da cultura no Brasil, com raras exceções.
Reféns do movimento incessante da cultura, que segue à revelia de suas políticas governamentais, os gestores estão sempre a um passo atrás, sem conseguir pensar estrategicamente.
Incapazes de se antecipar aos acontecimentos, eles não fazem nada mais que suas respectivas obrigações, quando muito. É assim. Enquanto a cultura rala para valer nas periferias do poder, os gestores vêm com a pose e chegam extamente na hora dos aplausos.
Enquanto essa palhaçada acontece no picadeiro oficial, a cultura vai bem, obrigado, apesar daqueles que deveriam ser seus gestores. E dá-lhe a nossa linda cultura de adorno e seus barnabés amestrados. Não é de hoje.
Historicamente, os mandatários têm receio da cultura, pois ela, como queiram, pode às vezes surgir como um poço sem fundo ou como uma caixa de marimbondo. No primeiro caso, dá vertigem aos despreparados. No segundo, preparem-se, pois quanto mais se mexe mais surge o que fazer.
Ao contrário das áreas de saúde, de educação, de habitação e de tantas outras áreas vitais para a sociedade, fazer pela cultura não diminui o que deve ser feito, pelo contrário, a cultura não é um setor, área ou segmento à espera do beneplácito governamental, mas ela é o amparo de toda a sociedade -e haverá sempre mais o que fazer na medida em que se faz por ela. É exponencial. Uma espiral geométrica infinda.
Ter receio da cultura, portanto, seria normal, pois todo receio tem um misto de respeito e temor da criação. Mas daí a aproveitar-se da situação para fazer dela uma mera ilustração de poder pessoal ou de grupos, há um passo muito largo e raso a ser dado.
Na certa voltaremos ao assunto. São quase infindas as acepções do adorno que fazem da cultura essa coisa linda – e assim totalmente desnecessária.
PX Silveira é presidente do Instituto ArteCidadania
*Em tempo:
Kleber Adorno é o nome do atual Secretário Municipal de Cultura de
Goiânia e Linda Monteiro é a presidente da Agência Goiana de Cultura.
O que para o autor, são meras coincidências.
domingo, 15 de março de 2009
Programação Cultural do Ministério da Cultura
- MinC de Sheila Sterf/Comunicação Social
Diversos eventos culturais gratuitos ligados à Imprensa, Arquivo, Audiovisual, Memória e Informação fazem parte da programação da segunda quinzena do mês de março da Fundação Casa de Rui Barbosa, instituição vinculada ao Ministério da Cultura.
Na segunda e terça-feira, 16 e 17 de março, na Sala de Cursos, será realizado o III Encontro de Bases de Dados sobre Informações Arquivítiscas. A iniciativa é uma promoção da Associação dos Arquivistas Brasileiros, com apoio da FCRB/MinC, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e do Arquivo Nacional.
No dia 18, às 14h30, dentro da série Memória e Informação, será promovido o debate A Nova Face da Biblioteca Pública: as experiências de Bogotá, Medellín e Rio de Janeiro. As palestras da série são quinzenais, sempre às quartas-feiras, na Sala de Cursos, e versam sobre estudos e pesquisas nas áreas da memória, documentação, preservação e informação.
A palestra Imprensa, Pesquisa e Informação: uma ponte entre Nelson Werneck Sodré e a atual condição da comunicação social no Brasil , na quinta-feira (dia 19), marca o retorno da série Pensar a Imprensa, em 2009. A proposta é de um outro olhar sobre a obra do autor, ressaltando a íntima relação estabelecida por ele entre história e imprensa em sua pesquisa dos fatos sociais e mostrando o valor científico de sua metodologia. A temática será desenvolvida pela doutora em psicologia clínica Olga Sodré, a partir das 14h30, na Sala de Cursos.
Resistência e Criação: Mídia, Cultura e Lutas no Capitalismo Cognitivo é o nome da série de colóquios realizada em parceria pela FCRB/MinC, Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Universidade Nômade. O objetivo da iniciativa é abordar as atuais contradições das práticas e conceitos internos à crise da Comunicação de Massa. O próximo debate será no dia 26 de março, às 14h, na Sala de Cursos da Fundação.
No sábado, 28 de março, às 16h, o Cineclube ABC&D exibe a comédia musical Samba no Botequim do Seu Zé e o documentário Mano Brou do Cantagalo. O primeiro filme conta a história de um músico ingênuo que vive situações interessantes ao perambular pelos bares da cidade. Já o segundo, mostra o processo criativo de Cristiano da Silva e acompanha a construção de duas obras no Morro do Cantagalo.
Confira a programação completa.
(Texto: Narla Aguiar, Comunicação Social/MinC)
(Fonte: FCRB/MinC)
Diversos eventos culturais gratuitos ligados à Imprensa, Arquivo, Audiovisual, Memória e Informação fazem parte da programação da segunda quinzena do mês de março da Fundação Casa de Rui Barbosa, instituição vinculada ao Ministério da Cultura.
Na segunda e terça-feira, 16 e 17 de março, na Sala de Cursos, será realizado o III Encontro de Bases de Dados sobre Informações Arquivítiscas. A iniciativa é uma promoção da Associação dos Arquivistas Brasileiros, com apoio da FCRB/MinC, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e do Arquivo Nacional.
No dia 18, às 14h30, dentro da série Memória e Informação, será promovido o debate A Nova Face da Biblioteca Pública: as experiências de Bogotá, Medellín e Rio de Janeiro. As palestras da série são quinzenais, sempre às quartas-feiras, na Sala de Cursos, e versam sobre estudos e pesquisas nas áreas da memória, documentação, preservação e informação.
A palestra Imprensa, Pesquisa e Informação: uma ponte entre Nelson Werneck Sodré e a atual condição da comunicação social no Brasil , na quinta-feira (dia 19), marca o retorno da série Pensar a Imprensa, em 2009. A proposta é de um outro olhar sobre a obra do autor, ressaltando a íntima relação estabelecida por ele entre história e imprensa em sua pesquisa dos fatos sociais e mostrando o valor científico de sua metodologia. A temática será desenvolvida pela doutora em psicologia clínica Olga Sodré, a partir das 14h30, na Sala de Cursos.
Resistência e Criação: Mídia, Cultura e Lutas no Capitalismo Cognitivo é o nome da série de colóquios realizada em parceria pela FCRB/MinC, Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Universidade Nômade. O objetivo da iniciativa é abordar as atuais contradições das práticas e conceitos internos à crise da Comunicação de Massa. O próximo debate será no dia 26 de março, às 14h, na Sala de Cursos da Fundação.
No sábado, 28 de março, às 16h, o Cineclube ABC&D exibe a comédia musical Samba no Botequim do Seu Zé e o documentário Mano Brou do Cantagalo. O primeiro filme conta a história de um músico ingênuo que vive situações interessantes ao perambular pelos bares da cidade. Já o segundo, mostra o processo criativo de Cristiano da Silva e acompanha a construção de duas obras no Morro do Cantagalo.
Confira a programação completa.
(Texto: Narla Aguiar, Comunicação Social/MinC)
(Fonte: FCRB/MinC)
segunda-feira, 9 de março de 2009
Esperar o quê? Esperar pra quê?
fonte: http://www.culturaemercado.com.br/post/esperar-o-que-esperar-pra-que/
Leonardo Brant 7 março 2009
fabiopinheiro
Há um Pedro Pedreiro em mim. Lembro como se fosse hoje, não faz tanto tempo. Vivíamos em estado de euforia. Sensação de que as coisas iriam realmente mudar. Ancinav debaixo do braço, Rede Globo na mira, majors em perigo. Não faz muito. Vinha mudança da Lei Rouanet, Sistema Nacional de Cultura, Conferências, Plano, Câmaras Setoriais, Pontos de Cultura, uma verdadeira revolução encabeçada por Gilberto Gil. “Alguma coisa mais que linda que o mundo, maior do que mar…”
Não sei de fato o que aconteceu com o furacão Gil. Já não queria mais ser ministro e artista, já no final da primeira gestão. Aprontou um forrobodó, levantou a poeira que estávamos precisando. Disse-nos que podíamos seguir em frente. Mas, de repente, o ar se rarefez pelos lados da cultura. Também pudera: a tarefa de substituir Gilberto Gil não é assim tão fácil. “Mas pra que sonhar se dá o desespero de esperar demais”
Ficamos atônitos, sem palavra, sem gesto. E o MinC sem gestão, sem capacidade de articulação. De ressaca, acumulada desde o vazamento do projeto da Ancinav que, coincidência ou não, circulou junto com a proposta de cerceamento de certas liberdades de imprensa, conquistadas nos anos pós-ditadura. Aquela coisa tão importante, espinha dorsal da Política Gil, virou pó. Hoje é tabu, palavra proibida. Causa arrepios e calafrios. Acumula-se a tantas outras decepções na sala de espera do governo Lula.
O governo prometeu rediscuti-lo, mas a coisa foi esfriando, esfriando. E nós esperando.
Esperei muito tempo por um Sistema Nacional de Cultura que saísse do papel, mas já estou mais conformado, cortando um fuminho de corda na varanda.
Esperei a Lei Rouanet, que viria depois do Seminário “Cultura para todos”, quem se lembra? Esperava de fato a mudança, ela viria no final de 2003, no máximo em março de 2004. Marcaram data, comitiva de frente, estardalhaço, comemoração. Um banquinho, um violão. Quando tocávamos no assunto, assovio bossa-nova.
Depois veio a segunda gestão, a promessa do Mais Cultura, “a primeira política cultural do Brasil”, segundo Lula. R$ 4,7 bilhões. No segundo ano do programa, não vimos mais do que R$ 200 e poucos milhões, re-alocados de outros programas, sobretudo do Cultura Viva, que já nem sei mais se existe ou se foi incorporado pelo Mais Cultura.
Mais Cultura é um anti-programa. Não tem cheiro, nem cor, nem graça, tampouco personalidade. Não sabe de onde veio nem pra onde vai. Um placebo. Tem embalagem, marketing, verba, mas sem efeito algum. Pior do que isso, se alimenta de coisas úteis e inovadoras e as transforma em pontos de interrogação. Tenho alertado aqui o que o Mais Cultura vem fazendo com o Cultura Viva, que perdeu totalmente sua personalidade e suas características conceituais, para virar pílulas de manutenção de um aventureiro no poder.
Tá bom, então vamos esperar o orçamento, um fundo público, autônomo, democrático, gerido pela sociedade. Em vez disso corte de 78%. Que tal uma rede? Boa idéia, uma rede de gente esperando. Enquanto revezamos nosso descanso, nessa coisa entre o susto e a apatia, podemos fazer alguma coisa. E não é que a rede está realmente aumentando.
E tem de tudo nessa rede. Tem artista, produtor, ponto de cultura, de leitura, de memória (é ponto que não acaba mais), tem intelectual, tem gente de comissão de frente e de bastidor. Tem funcionário do MinC. Aliás, como tem funcionário do MinC esperando o trem passar. Eles sabem, aliás, que mais cedo ou mais tarde vem coisa melhor a ocupar a cadeira, a mesa e o ar-condicionado. Isso eles sabem como ninguém.
Tem de tudo ali: perseguidos, na geladeira, na frigideira, rebaixados, realocados, repatriados, desembestados. Tem uns esperando, outros, cansados de esperar, pedem para sair. E ficam esperando em outro lugar.
Talvez juntem-se a nós aqui no mercado, na sociedade, nos movimentos, nos casarios, nos becos, nas pontes. Tem a turma do acarajé, do pão-de-queijo, da maniçoba e até da erva-mate. Tem gente do PT, PCdoB, PMDB e até do PV. É P que não acaba mais.
E talvez se cansem de esperar. Talvez queiram algo mais. E enquanto esperam, vão se mexendo, movimentando.
Vou logo deixar esse dedo-de-prosa que o trem vem chegando. Mas antes de descansar, não esqueça de assinar a petição por menos impostos para a cultura, pois a “esperança aflita, bendida, infinita” não pode perder para o medo.
Até o fechamento deste texto já somos quase 2 mil cansados de esperar. Assine, divulgue, que o trem já vem, que já vem, que já vem…
Leonardo Brant 7 março 2009
fabiopinheiro
Há um Pedro Pedreiro em mim. Lembro como se fosse hoje, não faz tanto tempo. Vivíamos em estado de euforia. Sensação de que as coisas iriam realmente mudar. Ancinav debaixo do braço, Rede Globo na mira, majors em perigo. Não faz muito. Vinha mudança da Lei Rouanet, Sistema Nacional de Cultura, Conferências, Plano, Câmaras Setoriais, Pontos de Cultura, uma verdadeira revolução encabeçada por Gilberto Gil. “Alguma coisa mais que linda que o mundo, maior do que mar…”
Não sei de fato o que aconteceu com o furacão Gil. Já não queria mais ser ministro e artista, já no final da primeira gestão. Aprontou um forrobodó, levantou a poeira que estávamos precisando. Disse-nos que podíamos seguir em frente. Mas, de repente, o ar se rarefez pelos lados da cultura. Também pudera: a tarefa de substituir Gilberto Gil não é assim tão fácil. “Mas pra que sonhar se dá o desespero de esperar demais”
Ficamos atônitos, sem palavra, sem gesto. E o MinC sem gestão, sem capacidade de articulação. De ressaca, acumulada desde o vazamento do projeto da Ancinav que, coincidência ou não, circulou junto com a proposta de cerceamento de certas liberdades de imprensa, conquistadas nos anos pós-ditadura. Aquela coisa tão importante, espinha dorsal da Política Gil, virou pó. Hoje é tabu, palavra proibida. Causa arrepios e calafrios. Acumula-se a tantas outras decepções na sala de espera do governo Lula.
O governo prometeu rediscuti-lo, mas a coisa foi esfriando, esfriando. E nós esperando.
Esperei muito tempo por um Sistema Nacional de Cultura que saísse do papel, mas já estou mais conformado, cortando um fuminho de corda na varanda.
Esperei a Lei Rouanet, que viria depois do Seminário “Cultura para todos”, quem se lembra? Esperava de fato a mudança, ela viria no final de 2003, no máximo em março de 2004. Marcaram data, comitiva de frente, estardalhaço, comemoração. Um banquinho, um violão. Quando tocávamos no assunto, assovio bossa-nova.
Depois veio a segunda gestão, a promessa do Mais Cultura, “a primeira política cultural do Brasil”, segundo Lula. R$ 4,7 bilhões. No segundo ano do programa, não vimos mais do que R$ 200 e poucos milhões, re-alocados de outros programas, sobretudo do Cultura Viva, que já nem sei mais se existe ou se foi incorporado pelo Mais Cultura.
Mais Cultura é um anti-programa. Não tem cheiro, nem cor, nem graça, tampouco personalidade. Não sabe de onde veio nem pra onde vai. Um placebo. Tem embalagem, marketing, verba, mas sem efeito algum. Pior do que isso, se alimenta de coisas úteis e inovadoras e as transforma em pontos de interrogação. Tenho alertado aqui o que o Mais Cultura vem fazendo com o Cultura Viva, que perdeu totalmente sua personalidade e suas características conceituais, para virar pílulas de manutenção de um aventureiro no poder.
Tá bom, então vamos esperar o orçamento, um fundo público, autônomo, democrático, gerido pela sociedade. Em vez disso corte de 78%. Que tal uma rede? Boa idéia, uma rede de gente esperando. Enquanto revezamos nosso descanso, nessa coisa entre o susto e a apatia, podemos fazer alguma coisa. E não é que a rede está realmente aumentando.
E tem de tudo nessa rede. Tem artista, produtor, ponto de cultura, de leitura, de memória (é ponto que não acaba mais), tem intelectual, tem gente de comissão de frente e de bastidor. Tem funcionário do MinC. Aliás, como tem funcionário do MinC esperando o trem passar. Eles sabem, aliás, que mais cedo ou mais tarde vem coisa melhor a ocupar a cadeira, a mesa e o ar-condicionado. Isso eles sabem como ninguém.
Tem de tudo ali: perseguidos, na geladeira, na frigideira, rebaixados, realocados, repatriados, desembestados. Tem uns esperando, outros, cansados de esperar, pedem para sair. E ficam esperando em outro lugar.
Talvez juntem-se a nós aqui no mercado, na sociedade, nos movimentos, nos casarios, nos becos, nas pontes. Tem a turma do acarajé, do pão-de-queijo, da maniçoba e até da erva-mate. Tem gente do PT, PCdoB, PMDB e até do PV. É P que não acaba mais.
E talvez se cansem de esperar. Talvez queiram algo mais. E enquanto esperam, vão se mexendo, movimentando.
Vou logo deixar esse dedo-de-prosa que o trem vem chegando. Mas antes de descansar, não esqueça de assinar a petição por menos impostos para a cultura, pois a “esperança aflita, bendida, infinita” não pode perder para o medo.
Até o fechamento deste texto já somos quase 2 mil cansados de esperar. Assine, divulgue, que o trem já vem, que já vem, que já vem…
domingo, 8 de março de 2009
Fórum Nacional dos Conselhos Estaduais de Cultura discute papel da entidade do Ministério da Cultura
Fonte:MinC
por: Sheila Sterf/Comunicação Social
Os investimentos na cultura brasileira devem ser mantidos, apesar da atual crise econômica, pela centralidade do setor no processo de desenvolvimento sustentável do país. Pelo menos foi essa a conclusão dos participantes da reunião extraordinária do Fórum Nacional de Conselhos Estaduais de Cultura (ConECta), aberta na manhã desta quinta-feira, 5, na sede do Ministério da Cultura, em Brasília.
Satisfeito com a presença de representantes de conselhos de 16 estados brasileiros, o presidente do ConECta, secretário de Cultura de Alagoas, Osvaldo Viégas, acredita que essa mobilização nacional será fundamental para mudanças positivas na agenda da cultura nacional.
“Este ano, uma série de questões relacionadas à cultura estão na pauta do Congresso Nacional. É o caso da Proposta de Emenda Constitucional (PEC 236/08), que defende a inclusão da cultura como direito social do cidadão, e a PEC 150/03, que vincula a destinação dos recursos orçamentários da União (2%), dos estados (1,5%) e dos municípios (1%), ao setor cultural. Daí a importância do ConeECta nesse momento político”, ressaltou Viégas.
No período da tarde, os integrantes do ConECta vão discutir com o ministro interino da Cultura, Alfredo Manevy, questões pontuais relacionadas ao Plano Nacional de Cultura, à revisão da Lei Rouanet, e direitos autorais.
por: Sheila Sterf/Comunicação Social
Os investimentos na cultura brasileira devem ser mantidos, apesar da atual crise econômica, pela centralidade do setor no processo de desenvolvimento sustentável do país. Pelo menos foi essa a conclusão dos participantes da reunião extraordinária do Fórum Nacional de Conselhos Estaduais de Cultura (ConECta), aberta na manhã desta quinta-feira, 5, na sede do Ministério da Cultura, em Brasília.
Satisfeito com a presença de representantes de conselhos de 16 estados brasileiros, o presidente do ConECta, secretário de Cultura de Alagoas, Osvaldo Viégas, acredita que essa mobilização nacional será fundamental para mudanças positivas na agenda da cultura nacional.
“Este ano, uma série de questões relacionadas à cultura estão na pauta do Congresso Nacional. É o caso da Proposta de Emenda Constitucional (PEC 236/08), que defende a inclusão da cultura como direito social do cidadão, e a PEC 150/03, que vincula a destinação dos recursos orçamentários da União (2%), dos estados (1,5%) e dos municípios (1%), ao setor cultural. Daí a importância do ConeECta nesse momento político”, ressaltou Viégas.
No período da tarde, os integrantes do ConECta vão discutir com o ministro interino da Cultura, Alfredo Manevy, questões pontuais relacionadas ao Plano Nacional de Cultura, à revisão da Lei Rouanet, e direitos autorais.
terça-feira, 3 de março de 2009
Assembleia debaterá a gestão da Cultura
fonte: O Fluminense
Publicado em 28/02/2009
O presidente da Assembleia Legislativa (Alerj), deputado Jorge Picciani (PMDB), receberá, na próxima terça-feira, os representantes da Fundação Anita Mantuano de Artes do Estado do Rio de Janeiro (Funarj) e do Sindicato dos Artistas para discutir os projetos da Secretaria estadual de Cultura que pretende firmar parcerias com Organizações Sociais (OS) para a gestão dos equipamentos do Estado. A proposta de mudança do modelo de gestão cultural fluminense foi feita pelo Poder Executivo através dos projetos de lei 1.974/09 e 1.975/09.
O encontro contará com a participação do presidente da Comissão de Trabalho, Legislação Social e Seguridade Social da Alerj, deputado Paulo Ramos (PDT), que criticou o projeto da secretaria.
"É um absurdo. O projeto é falho e representa uma confusão sem tamanho. Quem é da iniciativa privada deve trabalhar nos diversos espaços culturais particulares. Chega a ser uma provocação. É bem provável que o projeto seja rejeitado na Alerj", analisou o parlamentar, que participou de reunião com a secretária de Cultura, Adriana Rattes, no dia 18, quando a proposta do governo foi explicada aos deputados.
A Funarj tem sob sua administração: o Teatro Armando Gonzaga, Teatro Arthur Azevedo, Teatro Gláucio Gill, Teatro João Caetano, Teatro Mário Lago, Teatro Villa-Lobos, Museu Antonio Parreiras, Museu Carmem Miranda, Museu dos Esportes Mané Garrincha, Museu do Ingá, Museu do Primeiro Reinado, Museu dos Teatros, Casa de Cultura Casimiro de Abreu, Casa de Cultura Laura Alvim, Casa de Euclides da Cunha, Casa de Oliveira Vianna, Escola de Música Villa-Lobos, Sala Cecília Meireles e Fundação Theatro Municipal.
Publicado em 28/02/2009
O presidente da Assembleia Legislativa (Alerj), deputado Jorge Picciani (PMDB), receberá, na próxima terça-feira, os representantes da Fundação Anita Mantuano de Artes do Estado do Rio de Janeiro (Funarj) e do Sindicato dos Artistas para discutir os projetos da Secretaria estadual de Cultura que pretende firmar parcerias com Organizações Sociais (OS) para a gestão dos equipamentos do Estado. A proposta de mudança do modelo de gestão cultural fluminense foi feita pelo Poder Executivo através dos projetos de lei 1.974/09 e 1.975/09.
O encontro contará com a participação do presidente da Comissão de Trabalho, Legislação Social e Seguridade Social da Alerj, deputado Paulo Ramos (PDT), que criticou o projeto da secretaria.
"É um absurdo. O projeto é falho e representa uma confusão sem tamanho. Quem é da iniciativa privada deve trabalhar nos diversos espaços culturais particulares. Chega a ser uma provocação. É bem provável que o projeto seja rejeitado na Alerj", analisou o parlamentar, que participou de reunião com a secretária de Cultura, Adriana Rattes, no dia 18, quando a proposta do governo foi explicada aos deputados.
A Funarj tem sob sua administração: o Teatro Armando Gonzaga, Teatro Arthur Azevedo, Teatro Gláucio Gill, Teatro João Caetano, Teatro Mário Lago, Teatro Villa-Lobos, Museu Antonio Parreiras, Museu Carmem Miranda, Museu dos Esportes Mané Garrincha, Museu do Ingá, Museu do Primeiro Reinado, Museu dos Teatros, Casa de Cultura Casimiro de Abreu, Casa de Cultura Laura Alvim, Casa de Euclides da Cunha, Casa de Oliveira Vianna, Escola de Música Villa-Lobos, Sala Cecília Meireles e Fundação Theatro Municipal.
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