terça-feira, 22 de setembro de 2009

Resumo Pré Confeência Teatro-Circo-Dança

> Colegas do Conselho e amigos

> Em primeiro lugar queremos agradecer aos colegas que compareceram e também aqueles que por motivos diversos não puderam estar conosco mas nos incentivaram através de palavras ou e-mails, à todos vocês, nosso Muito Obrigado.

> Resumo da Pré-Conferência das Câmaras de Artes Cênicas e Dança realizada no último dia 16 de Setembro no Auditório do MAC.

> Apesar da Classe artística de Niterói e a população de uma forma geral, ainda não estar completamente engajada na concepção das propostas para as diretrizes da II Conferência de Cultura de Município de Niterói, o Conselho de Cultura do Município e suas Câmaras Setoriais, segue com o firme propósito de não esmorecer em suas convicções.

> Sabemos que muitos não crêem em mais nada, e estão cansados de tantas promessas, mas um Conselho não tem promessas a fazer, ele não é panfletário, nem partidário, mas sim um coletivo da sociedade que busca meios e mecanismos legais para que os artistas, produtores, estudantes e a população em geral da cidade possa entender que não basta só a palavra, ou como muitos falam, a união, o nome certo talvez seja, objetivos comuns, e quando eles são comuns a uma categoria, ou em um meio, esses objetivos são alcançados.

> Terminamos nossa Pré-Conferência, não com um sucesso de pessoas presentes, mas com um sucesso na qualidade das pessoas presentes, a quem muitos agradecemos.

> Nossa reunião teve início com a fala de Carlos Gomes, sobre o histórico do Conselho, como começou, o que é, para que existe e a sua legitimidade.

> Na mesa mediada por Luiz Augusto (Presidente do Conselho), que falou sobre a II Conferência Municipal de Cultura de Niterói, e após, tivemos as presenças de Junior Perin, diretor executivo do Projeto Crescer e Viver e de Beth Martins, uma das sócias fundadoras da Intrépida Trupe. (Foram abordados os temas sobre Fomento de Processos Culturais nas Comunidades e Sustentabilidade de Grupo)

> Junior Perin = Qualificação da Sociedade, que desconhece as políticas e discussões./ Cultura como desenvolvimento do país./ Cultura como direito simbólico./ Possibilidade construtiva para a população como proposta de desenvolvimento cidadão./ Avanço no MINC sobre os conceitos./ Sociedade atrasada sem compreender a construção de uma nova institucionalidade de cultura./ Pensar num marco regulatório para a cultura./ Inclusão produtiva na cultura.

> Beth Martins = Circo, teatro, dança./ Sustentabilidade/ Riqueza da diferença/ paixão comum que frutifica no amor da vida inteira/ habilidades/ Espaço foi fundamental para a continuidade/Levar com freqüência apresentações para lugares onde nada acontecia/Trabalhos sociais com população de Rua/ Persistência/ Resistência/ Manutenção do Grupo sem verbas oficiais de Manutenção / Conquista de um público.

> Após a palestra e algumas perguntas, tornamos o encontro aberto ao realizarmos uma reunião conjunta, onde todos os presentes puderam expor suas dúvidas e reivindicações como:

> *Integração entre os grupos da cidade (questões em comum entre os grupos, quais as ações a serem feitas para unificar grupos em prol de uma causa?)

> *Política pública como planejamento estratégico - Revisão de editais - estruturação de forma a realizar um acompanhamento. Necessidade de observar o objetivo de cada edital. Luta do Conselho para a criação dos editais em Niterói.

> *Perguntar aos artistas qual a demanda , quais os interesses.

> *Plano Nacional de Dança

> *Percepção da população quanto ao governo, governo mais próximo da população.

> *Quando o projeto tem um financiamento público, ele deve ter um retorno público.

> *Questão espacial para os Grupos (espaço de convívio e uso dos grupos)

> De onde retiramos algumas propostas para a Conferência, as quais citamos a seguir:

> 1) Critério artístico para editais

> 2) Espaço de convívio e uso (Centro de criação e produção cultural)

> 3) Fundo Municipal de Cultura.

> Foi agendado um encontro das Câmaras Setoriais de Artes Cênicas (Teatro e Circo) e Câmara Setorial de Dança para o dia 29 de Setembro do corrente ano no Auditório do Museu de Arte Contemporânea (MAC) das 18h às 20:30h, para aprofundarmos essas questões e outras que se julgarem relevantes.

> Sem mais, deixamos mais uma vez, nosso agradecimentos

> Cida Palmeirim - Tuca Cerícola - Natália Valdannini

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Pré-Conferência Artes Cênicas (Teatro e Circo) e Dança

Olá Amigos, Conselheiros e colegas de profissão,



As Câmaras Setorias de Artes Cênicas (Teatro e Circo) e Dança do Conselho de Cultura do Município de Niterói, convidam para sua Pré-Conferência .



16 de Setembro de 2009



Das 14h às 18h



Auditório do Museu de Arte Contemporânea de Niterói - MAC



1º Momento - 14h às 14:30h



Participação do Conselheiro Marcelo Velloso

Explanação sobre:



1. O Conselho de Cultura de Niterói: sua importância, metodologia, Câmaras Setoriais, entre outros.
2. A Conferência de Cultura de Niterói: diretrizes de 2008 e perspectivas para 2009;
3. As Conferências estadual e nacional (5 eixos temáticos)



2º Momento - 14:30h às 15h



Palestras com mediação do Sr. Luiz Augusto - Presidente do Conselho Municipal de Cultura de Niterói



Palestra com as fundadoras e produtoras da INTRÉPIDA TRUPE sobre o tema: "Sustentabilidade de Grupos Amadores e Profissionais"



15h às 15:30h



Palestra com o Diretor Executivo do CRESCER E VIVER sobre o tema:

"Fomento de Processos Culturais nas Comunidades"



15:30h às 16:20h



Aberto para debate com os palestrantes



16:20h às 18h



Debate sobre questões relativas às Câmaras Setoriais com base nas diretrizes em discussão e os 5 eixos temáticos (*) da Conferência Nacional e Municipal.


Apresentação de sugestões.



Os 5 eixos são:



* Produção Simbólica e Diversidade Cultural, focado na produção de arte, promoção de diálogos interculturais, formação no campo da cultura e democratização da informação;
* Cultura, Cidade e Cidadania, voltado às cidades como espaço de produção, intervenção e trocas culturais, garantia de direitos e acesso a bens culturais;
* Cultura e Desenvolvimento Sustentável, que discutirá a importância estratégica da cultura no processo de desenvolvimento;
* Cultura e Economia Criativa, que abordará a economia como estratégia de desenvolvimento; e
* Gestão e Institucionalidade da Cultura, que visa o fortalecimento da ação do Estado e da participação social no campo da cultura.



Aguardamos sua presença

Abraços



Câmara Setorial de Artes Cênicas (Teatro e Circo)
Câmara Setorial de Dança

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

terça-feira, 7 de julho de 2009

II Conferência Nacional de Cultura

07 de julho de 2009


CNPC aprova regimento da II Conferência Nacional de Cultura que se realizará em março de 2010
O Conselho Nacional de Política Cultural (CNPC) aprovou no último dia 14 de abril, em reunião extraordinária ocorrida em Brasília, o regimento interno da II Conferência Nacional de Cultura (II CNC), que se realizará de 11 a 14 de março de 2010, na capital federal.

Os municípios terão até 31 de outubro para realizarem as suas conferências municipais e/ou intermunicipais e os estados têm prazo até 15 de dezembro para promoverem as conferências no âmbito estadual.

A conferência terá a coordenação da Secretaria de Articulação Institucional do Ministério da Cultura (SAI/MinC) e contará com apoio de uma Comissão Organizadora Nacional e um Comitê Executivo, que serão instituídos e terão como membros representantes das secretarias e vinculadas do MinC, CNPC, órgãos e instituições parceiros convidados.

Os principais temas a serem desenvolvidos estão apoiados em cinco eixos:

- Produção Simbólica e Diversidade Cultural, focado na produção de arte, promoção de diálogos interculturais, formação no campo da cultura e democratização da informação;
- Cultura, Cidade e Cidadania, voltado às cidades como espaço de produção, intervenção e trocas culturais, garantia de direitos e acesso a bens culturais;
- Cultura e Desenvolvimento Sustentável, que discutirá a importância estratégica da cultura no processo de desenvolvimento;
- Cultura e Economia Criativa, que abordará a economia como estratégia de desenvolvimento; e
- Gestão e Institucionalidade da Cultura, que visa o fortalecimento da ação do Estado e da participação social no campo da cultura.

Mais informações referentes à convocatória da Conferência, bem como a íntegra do regimento interno e outros documentos, estão disponíveis no site da II CNC (http://blogs.cultura.gov.br/CNC).

(Tatiana Sottili, SAI/MinC)

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Saúde Mental e Cultura em Niterói

Posted maio 4, 2009

A Secretaria municipal de Saúde de Niterói tem agora um Ponto de Cultura chamado “Alice, prepara o gato”. O projeto tem o objetivo de expandir suas atividades e oferecer oficinas de fotografia e cinema, não só para os pacientes atendidos pelo Programa de Saúde Mental, como também para a comunidade ligada aos Centros de Atenção Psicossocial (Caps).

O Ponto de Cultura funciona no Caps Álcool e Drogas Alameda (Caps-AD), no Fonseca, na Zona Norte de Niterói, e é dedicado às pessoas portadoras de transtornos decorrentes do uso de álcool e outras drogas.

Desde 2004, este serviço oferece aos seus pacientes o acesso à linguagem audiovisual e capacitação técnica para a efetiva realização dos filmes.

Na cerimônia de inauguração, que deve contar com a presença do secretário de Saúde de Niterói, Luiz Roberto Tenório, será apresentado o material produzido no primeiro semestre de funcionamento: uma exposição fotográfica e três curtas-metragens, totalmente concebidos e realizados pelos participantes das oficinas de fotografia e cinema realizadas no “Alice, prepara o gato!”.

No ano de 2005, a Oficina de Imagem do Caps-AD foi escolhida pelo Ministério da Cultura, entre milhares de projetos de todo o país, para se tornar um Ponto de Cultura.

AMPLIAÇÃO - Nos dois últimos anos, o Programa de Saúde Mental de Niterói ampliou seus serviços, criando dois Caps específicos, um destinado exclusivamente para usuários de álcool e drogas, e outro de atenção psicossocial, dedicado ao atendimento de crianças e adolescentes.

Fotografias e filmes

O Ponto de Cultura é a principal ação do Programa Nacional de Cultura, Educação e Cidadania, denominado “Cultura Viva”, que tem objetivos de ampliar e garantir acesso aos meios de criação, produção e difusão cultural, potencializando energias sociais e ampliando a capacidade de apropriação criativa do patrimônio cultural pelas comunidades e pela sociedade.

A localização do CAPS AD Alameda é:
Alameda São Boa Ventura 129
Fonseca / Niterói
(21) 27185803
capsadalameda@gmail.com
Coordenação: Elisangela Onofre

O Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS-AD) Alameda responsabiliza-se pelo cuidado da atenção integral da clientela usuária de álcool e outras drogas. Desenvolve os seguintes projetos:

Projeto de Inclusão Produtiva:

Geração de renda através das oficinas de Mosaico e Papel Artesanal.

Intervenção Territorial:

Ponto de Cultura “Alice, Prepara o Gato!”, através das oficinas de Cinema e Fotografia.

Assistência:

Atendimento individual multiprofissional, acolhimento aos familiares, grupos e oficinas terapêuticas (TO) de Livre Criação, Corpo e Dança, Encontros Musicais dentre outras.

Prevenção:

Projeto de Redução de Danos nas comunidades junto ao Programa Médico de Família .

Os projetos do CAPS-AD Alameda, promovendo a inserção social, articulam diferentes recursos. Sem restringir-se ao campo da saúde, suas atividades são direcionadas contra os estigmas e preconceitos em relação ao álcool e outras drogas.

Fonte: Jornal O Fluminense

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Vereadores mantêm veto a projeto e destrancam a pauta

fonte: http://www.atribunarj.com.br
Publicado em: 03/06/2009

Texto: Antônio Figueiredo

Por 12 votos a dois, a Câmara de Vereadores manteve ontem o veto ao projeto de lei 116/08, de autoria da administração Godofredo Pinto, que previa incentivo fiscal para a realização de projetos culturais no âmbito de Niterói. Com isso, a partir de hoje, a pauta - trancada há 12 dias - poderá receber projetos para serem votados.

André Diniz, vereador que estava tentando negociar com o governo a derrubada do veto, não compareceu ontem. Segundo assessores, ele está doente. Outro defensor de Godofredo na Câmara, Vitor Junior (ambos do PT), também faltou à sessão ordinária desta terça-feira.

Segundo o líder do PDT na Casa, vereador Felipe Peixoto, o governo não teria condições de trocar projetos culturais por isenção fiscal. “A Prefeitura já realiza projetos no setor. No futuro, até poderá discutir uma lei - mais adequada à realidade da cidade - de incentivo”, disse o pedetista.

Não acham assim os vereadores Waldeck Carneiro (PT) e Renatinho (PSOL), que votaram contra o veto. Diferente do que afirmara a bancada de situação, o percentual de redução de tributo - o ISS - seria um limite e não uma imposição. Além de Felipe Peixoto, votaram pela manutenção do veto Luiz Carlos Gallo, Sérgio Fernandes, Emanuel Rocha, Renato Cariello, Padre Ricardo (todos do PDT), José Augusto Vicente (PPS), Rodrigo Farah, Carlos Macedo (PRP), Beto da Pipa, João Gustavo (PMDB) e Paulo Bagueira (PPS).

Presidiu a sessão Carlos Magaldi, enquanto estavam ausentes Milton Carlos Lopes, Cal (PP), Vitor Junior e André Diniz (PT).

segunda-feira, 1 de junho de 2009

“Diversidade é a palavra da moda. Mas a visão da cultura ainda é elitista”, diz professor da UfBA Terra -

Durante três dias, Salvador esteve mergulhada em discussões culturais que a mídia desconhece.

Durante o 5º Encontro de Estudos Multidisciplinares em Cultura (Enecult), encerrado na última sexta-feira, foram apresentados 250 trabalhos de universidades espalhadas pelo Brasil.

Entre as falas dos pesquisadores brasileiros e dos convidados internacionais, o que se viu foi uma discussão que, cada vez mais, afasta-se da visão tradicional de cultura.

“Além do tema da diversidade, têm se tornado comuns as discussões da cultura como gênero, até em detrimento de temas tradicionais, como artes plásticas e literatura”, observa o professor Albino Rubim, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), coordenador do encontro.

Nos chamados estudos da cultura, levados a cabo por áreas diversas do conhecimento, como letras, sociologia e comunicação, cultura nada tem a ver com erudição.

“Trata-se de uma visão ampliada, de uma visão antropológica da cultura”, diz Rubim.

A questão da diversidade cultural, tornada tema mundial a partir da aprovação de uma convenção da Unesco, em 2005, também esteve presente com força às mesas.

A Convenção pela Diversidade Cultural, que possibilita a discussão das questões culturais fora do âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC), está na base, por exemplo, da política do setor desenvolvida no Brasil.

A maior atenção dada às culturas populares ou a manifestações religiosas e festivas faz parte dessa diretriz.

Para Albino Rubim, as políticas desenvolvidas pelo Ministério da Cultura (MinC) tiveram, sim, efeito sobre essa produção antes deixada à margem.

“Os setores subalternos passaram a entender que o que fazem é cultura. Uma coisa é a cultura existir. Outra coisa é ela ser reconhecida como tal”, pontua.

Ele admite, porém, que nos setores médios da sociedade, essa percepção ainda é difusa. “Para quem não produz, a cultura ainda é muito relacionada, no Brasil, com a educação. Para as classes mais altas, a cultura ainda está associada à arte, ligada a alguma erudição.”

Outro assunto que permeou o Enecult foi a política cultural.

Apesar de ser ainda um campo recente e disperso no Brasil, o estudo da política cultural protagonizou alguns debates, como aquele que procurou identificar os efeitos da crise sobre a cultura.

A Lei Rouanet, inevitavelmente, veio à baila. Afinal de contas, o mecanismo, por uma série de distorções, acabou por tornar-se sinônimo de política cultural no Brasil.

Para Rubim, a reação de certos setores da cultura às mudanças propostas pelo MinC evidenciam que a diversidade cultural, mesmo que defendida em público por todos, ainda está longe de ser um caminho de fato aceito.

“A palavra diversidade entrou na moda e todo mundo diz que é favor da diversidade. Mas desde que isso não implique na distribuição de verbas”, cutuca o professor.

Encontros como esse de Salvador ajudam a mostrar o quão anacrônicas são certas posturas quando o assunto é cultura.

http://anapaulasousa.blog.terra.com.br/2009/05/31/diversidade-e-a-palavra-da-moda-mas-a-visao-da-cultura-ainda-e-elitista-diz-professor-da-ufba/

Secretário do MinC evoca espírito republicano de nova lei Rouanet

30/05/2009 |
Marcio Aith
Folha Online

O secretário-executivo do MinC (Ministério da Cultura), Alfredo Manevy, disse que uma parcela do empresariado entendeu melhor que outra o "espírito republicano" contido na reforma proposta pelo governo à lei de incentivos culturais, a Lei Rouanet.

Em entrevista à Folha, ele afirmou que a resistência privada ao projeto vem menos de empresários, propriamente ditos, e mais de intermediários e advogados que funcionariam hoje como "despachantes de projetos culturais", "um grupo que ganhou muito dinheiro com as distorções da lei, muito mais que os próprios artistas".

Manevy referiu-se à reportagem publicada ontem na Folha mostrando que, nos termos propostos pelo Ministério da Cultura, o projeto deve reduzir o apetite do setor privado por investir em cultura.
Empresas consultadas anunciaram que devem reduzir seus investimentos na área, tanto os incentivados por redução de impostos quanto os feitos com recursos próprios.

Os empresários reclamam de um suposto direcionismo estatal contido no projeto. Eles enxergam, nos termos nele propostos, uma possibilidade de o MinC aprovar ou rejeitar projetos culturais com base em critérios subjetivos.

"A proposta em consulta amplia faixas de renúncia e mantém autonomia da escolha", disse Manevy. "Não vamos escolher nada. O que o projeto faz é incluir critérios na etapa anterior, do MinC. Quem avalia não é o governo, são os pares, artistas e produtores. A palavra critério não existe na lei atual. Foi justamente a ausência de critérios que permitiu abusos amplamente divulgados."

Segundo o secretário, alguns empresários já perceberam que o objetivo do governo é melhorar a lei, tornando-a mais democrática, como é o caso do grupo Gerdau. "Outros, talvez por incompreensão, não pegaram o espírito da reforma, que é justamente desestatizar o mecenato privado", afirmou.

Manevy relatou que, desde a apresentação do projeto, em março, o MinC já aceitou algumas contribuições feitas pela sociedade civil. Uma delas diz respeito justamente a necessidade de critérios públicos nas decisões empresariais. "As empresas podem adotar comportamentos públicos, é disso que trata a reforma."

Pelo projeto inicial, estes critérios seriam definidos após a aprovação da lei. "Assimilamos que a própria lei já deve conter esses critérios", afirmou.

Dinheiro público

Manevy diz ainda que, ao aprimorar a figura da renúncia fiscal, o projeto do governo não viola em nada o interesse de empresas sérias, interessadas em usar a lei para alavancar seus próprios orçamentos privados em cultura e não apenas usar dinheiro público.

"Mecenato privado é assim no mundo todo, tem dinheiro privado", disse Manevy. "O que não pode é o uso sem critérios de projetos 100% incentivados, como a lei atual define. Com o tempo, as empresas suprimiram os recursos próprios. E ficaram só com o velho e bom dinheiro do contribuinte. A queda atual é pela crise, não pela consulta pública."

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Niterói prepara sua Conferência de Cultura

O Conselho Municipal de Cultura da cidade já começou a organizar a próxima Conferência de Cultura de Niterói. Na última reunião do Conselho, realizada na segunda-feira, dia 11 passado, foi escolhida uma comissão de conselheiros que terá a incumbência de propor um temário para o evento. As conferências municipais são preparatórias das conferências estaduais, que, por sua vez, definem as propostas regionais para a Conferência Nacional.

Pelo calendário oficial, anunciado pelo Ministério da Cultura, os encontros municipais terão de ser realizados até setembro próximo; as conferências estaduais estão previstas para outubro, culminando com o encontro nacional, agendado para março do próximo ano. As conferências são fóruns de discussão sobre questões culturais, a partir do que são traçadas políticas públicas para o setor.

Na reunião do dia 11 passado, o Conselho decidiu também procurar formalmente a Secretaria Municipal de Cultura para comprometê-la também na organização do encontro. As conferências são abertas a todas as instituições e pessoas interessadas na questão cultural.

O Conselho é um órgão de caráter consultivo e incentivador das atividades culturais do Município, constituído por representantes da sociedade e garantido pela Lei 2489, de 26 de novembro de 2007.





por: Fernando Paulino (Reg. Prof. 13.689-DRT-RJ)
Membro do Conselho Municipal de Cultura de Niterói

sábado, 11 de abril de 2009

Prédio dos Correios terá Espaço Cultural

Sex, 03 de Abril de 2009 18:33
fonte: http://www.niteroi.rj.gov.br

O prédio dos Correios, localizado no Centro de Niterói e que está com as obras paralisadas desde o final de 2007, abrigará um espaço cultural. O projeto de restauração e parceria entre a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) e a Prefeitura de Niterói foi anunciado nesta sexta-feira (03/04) pelo presidente da ECT, Carlos Henrique Almeida Custódio, e pelo vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias da Caixa Econômica Federal, Moreira Franco, na sede da prefeitura, onde foram recebidos pelo prefeito Jorge Roberto Silveira.

"Nós discutimos a utilização do prédio dos Correios. O órgão quer fazer a reforma e nós queremos utilizar os dois andares superiores para fins culturais como acontece no Rio de Janeiro", disse Jorge Roberto.

Segundo o prefeito, o projeto faz parte do programa de revitalização do Centro da cidade.

"Vai ser uma grande conquista para a cidade. Com o Caminho Niemeyer, com a mudança na legislação que pretendo fazer para estimular o uso residencial no Centro, entre outras coisas, a reforma do Correios se encaixa perfeitamente", disse Jorge Roberto.

O secretário municipal de Cultura, Claudio Valério Teixeira, que também participou da reunião, afirmou que por enquanto existem idéias.

"Estamos pensando na criação de um Centro Cultural ou museu. Pensou-se em fazer um Museu da Língua Portuguesa nos moldes de São Paulo, mas não consideramos possível", disse o secretário que informou ainda que além dos dois andares, haverá uma galeria de exposições no térreo.

De acordo com o presidente da ECT, Carlos Henrique Almeida Custódio, Moreira Franco já teria iniciado os contatos.

"Tivemos uma conversa na semana passada com o Moreira, em Brasília. É muito importante que o órgão participe deste processo", disse Custódio, que contou ainda que a licitação deve estar pronta em quatro meses e que a reforma está orçada em cerca de R$ 10 milhões

Cinema marginal é recuperado em DVD

Carlos Helí de Almeida, Jornal do Brasil
fonte:http://jbonline.terra.com.br/pextra/2009/04/07/e070417751.asp

RIO - Perseguido e banido para os porões da censura militar, o cinema de guerrilha produzido durante a ditadura (1964-1984) é agora reconduzido à luz pela era digital. Trinta e oito títulos, entre longas e curtas-metragens, desse período experimental, um dos mais férteis da atividade no país, foram recuperados pela coleção de DVDs Cinema Marginal Brasileiro, que começa a chegar ao consumidor a partir de maio. Os quatro primeiros volumes são dedicados à obra dos diretores Andrea Tonacci, Rogério Sganzerla (1946-2004), André Luiz Oliveira e Elyseu Visconti, e contêm trabalhos considerados seminais do movimento, como Bang bang (1970), de Tonacci, e Meteorango Kid, o herói intergalático (1969), de Oliveira.

O lançamento é resultado de uma parceria inédita entre o selo maranhense Lume Filmes, especializado em DVDs de autores cultuados, com a paulista Heco Produções, que realizou em 2001 a primeira das três edições da Mostra Cinema Marginal. A última, organizada em Brasília, em 2004, depois de passar por São Paulo e Rio, exibiu mais de 50 títulos da safra marginal, que teve seu período mais produtivo entre meados dos anos 60 e dos 70. Muitas dessas raridades – algumas nunca lançadas no circuito comercial – agora fazem parte da série de DVDs, graças ao apoio da Cinemateca Brasileira.

– Ao longo das três edições da mostra marginal conseguimos recuperar a cópia de 16 filmes. Foi um sacrifício, já que, em muitos casos, a gente encontrava a imagem em algum lugar da Cinemateca e o som debaixo da cama do diretor – conta Eugênio Puppo, dono da Heco e idealizador da mostra e da coleção, à frente das pesquisas sobre o gênero desde 1999. – Caveira, my friend (1970), do Álvaro Guimarães, por exemplo, que estará num dos futuros volumes, tinha sido parcialmente destruído pelo próprio diretor depois da exibição do filme no Festival de Brasília. Ele levou os negativos para a rua e tacou fogo. Fomos arranjar uma cópia dele na Bahia.

Rompimento com o cinema novo

O movimento marginal surgiu como uma reação de diretores autorais à política de financiamento que vigorava na época e à repressão militar. Englobam filmes produzidos por um grupo de cineastas que encontraram no experimentalismo formal um caminho eficiente para manter-se em atividade. Embora persista até hoje, a denominação marginal é rejeitada até mesmo para alguns dos cineastas associados a esse movimento, como o diretor Júlio Bressane, que considera a questão “artificial”: “O Brasil já é uma margem; cinema marginal só se for para jogar no mar”, disse o diretor carioca no Festival de Gramado do ano passado.

O termo chegou a ser ridicularizado pelos então jovens seguidores do Cinema Novo, com qual os marginais romperam no campo artístico. A ideia de que os cinemanovistas haviam abandonado a pesquisa estética e abraçado fórmulas mais facilmente digeridas pelo público irritava os experimentalistas. O baiano Glauber Rocha (1939-1981), grande ícone do movimento, apelidou os rivais de udigrudi, uma referência ao underground americano.

– O Glauber esculhambou o nosso cinema e algumas pessoas que o ajudaram, como o próprio Bressane. Dizia que quem não estava no grupo dele era fascista. Queria nos derrubar porque a gente dizia que eles eram inimigos do verdadeiro cinema independente – ataca Elyseu Visconti, ex-assistente do autor de Deus e o diabo na terra do sol (1964) antes de aderir à guerrilha do cinema marginal. – Os ditos cinemanovistas, como Cacá (Diegues), o Walter (Lima Jr.), todos faziam filmes comunistas. Não tinham nenhum sopro renovador, era tudo mal copiado do neorrealismo italiano. O único que salva daquele grupo é o Nelson (Pereira dos Santos). Ele tem trabalhos modernos, como Vidas secas.

Elyseu Visconti traz a série Os monstros de Babaloo (1970), que tem Helena Ignez, Wilza Carla, Zezé Macedo e Betty Faria no elenco. Ficou 10 anos nos arquivos da censura federal, “por ser considerado pelos censores um atentado aos bons-costumes brasileiros”, como lembra o diretor. O volume dedicado a Sganzerla tem Sem essa, aranha (1970), um musical rodado no Rio e protagonizado por Jorge Loredo, no papel de Zé Bonitinho. Filmado em Belo Horizonte, Bang bang, de Tonacci, é conhecido pelo personagem interpretado por Paulo Cesar Pereio, que veste uma máscara de macaco. Feito em Salvador, Meteorango Kid, de Oliveira, segue um universitário (Antônio Luiz Martins) que apronta pela cidade.

– Um dado interessante confirmado por todos esses anos de pesquisa é que o cinema marginal não deve ser associado ao Rio e a São Paulo – frisa Puppo. – Encontramos filmes representativos do movimento em Minas Gerais, como Perdidos e malditos (1970), de Geraldo Veloso, que também vamos colocar na coleção de DVDs, e até uma quantidade significativa de títulos no Piauí.

21:04 - 07/04/2009

domingo, 5 de abril de 2009

Cinema Icaraí Patrimônio Cultural do RJ





O CINEMA ICARAI, foi tornado PATRIMÔNIO CULTURAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO em 26 de novembro de 2008, por ato do Governo Estadual, através do INEPAC (Instituto Estadual do Patrimônio Artístico e Cultural), atendendo a solicitação do IAB / RJ - Núcleo do Leste Metropolitano sensibilizado pelo Movimento dos moradores da cidade em defesa da manutenção do Cinema, iniciado no ano de 2006. Neste ano o cinema foi fechado e negociado com uma empresa do mercado imobiliário de Niterói, que intencionava construir em seu lugar um empreendimento imobiliário com shopping nos andares inferiores e prédio de quatorze andares em seu interior, mantendo exclusivamente, como "reminiscência" , a fachada do Cinema voltada para a Praia de Icaraí.

Porém o ato de Tombamento Estadual, não está sendo suficiente para resguardar o Cinema do desejo do capital imobiliário de transformar todas as construções da Cidade em edificações que retirem a máxima rentabilidade da multiplicação do solo urbano, desconsiderando valores culturais e referências históricas da população. Precisamos cobrar da administração pública uma intervenção em favor da permanência do Cinema Icaraí, como Símbolo Cultural do Niteroiense, transformando- o em um Centro de Cultura de Cinema para a Cidade.

NÚCLEO LESTE METROPOLITANO DO INSTITUTO DE ARQUITETOS DO BRASIL
- DPTO. DO RIO DE JANEIRO.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Conselho e Secretaria acertam o passo na Cultura

A partir de abril, a Secretaria Municipal de Cultura voltará a participar do Conselho Municipal de Cultura de Niterói. Esse entendimento foi firmado em reunião realizada na terça-feira última, dia 24, no gabinete do Secretário Cláudio Valério, da qual participaram sete conselheiros municipais da cidade. “A partir de agora, nós vamos trabalhar juntos. Nos próximos dias, estaremos nomeando os nossos dois representantes no Conselho. Uma indicação já certa é a da Kátia de Marco, subsecretária de Cultura”, anunciou Cláudio Valério.

O Conselho é um órgão de caráter consultivo e incentivador das atividades culturais do Município, constituído por representantes da sociedade e garantido pela Lei 2489, de 26 de novembro de 2007. A Secretaria de Cultura tem vaga cativa na instituição, porém, nas três reuniões mensais realizadas este ano, não se fez presente. No encontro com os conselheiros, o Secretário revelou que no início de abril será reaberto o Centro Cultural Paschoal Carlos Magno, localizado no Campo de São Bento, em Icaraí, que está passando por obras de reforma. Afirmou ainda que o Teatro Popular passa também por reformas, a um custo de R$ 1,2 milhão. “Havia até goteira no espaço. Isso é inadmissível para uma área cultural”, avaliou.

Cláudio Valério disse que está reorganizando os diversos órgãos culturais do Município. Aos conselheiros da cidade, afirmou que a Niterói Disco deverá lançar 10 discos ainda este ano; a Niterói Livro estimulará mais as publicações que abordem temas sobre a cidade e a Niterói Filme deverá denominar-se agora Niterói Imagem, ampliando a sua atuação nos diversos módulos da área de imagem – vídeo, curtas, fotografia etc.

A próxima reunião do Conselho está marcada para o dia 13 de abril, já com a presença dos representantes da Secretaria de Cultura.



Grato pela atenção.



Fernando Paulino (Reg. Prof. 13.689-DRT-RJ) – Membro do Conselho Municipal de Cultura de Niterói

terça-feira, 24 de março de 2009

“Muitos que ficarão contra são os que perdem privilégios”

Antes mesmo da consulta pública, no final de semana, a repórter Ana Paula Sousa encontrou com o ministro num vôo. O resultado da entrevista “involuntária” está no blog dela.

Aqui, alguns trechos:

“Toda mudança vem acompanhada de certa expectativa. Vamos ter os que são a favor e os que são contra. Muitos dos que ficarão contra são aqueles que perdem privilégios com as mudanças.”

“Não vamos estatizar a cultura. Mas vamos trabalhar com critérios públicos mais transparentes, criando uma grade de pontuação que determinará o percentual de renúncia a que cada projeto terá direito.

Que critérios serão esses?

Queremos pactuar esses critérios a partir da consulta pública”.

“Muita gente achava que o projeto nem sairia mais. Qual a sensação de trazê-lo enfim a público?

É um alívio. Isso estava virando um saco de pedra carregado pelo ministério. Mas esse projeto teve que percorrer esse percurso e amadurecer. Ele teve que esperar a consolidação do processo de editais, a criação dos fundos setoriais e a construção de políticas públicas.”

“Um ministério da Cultura não pode ser xenófobo. O brasileiro precisa ter acesso à produção de outros países. A crítica ao Cirque du Soleil é que, ao receber dinheiro público, não houve um abatimento na entrada das apresentações.

A entrada de dinheiro público tem que significar algum tipo de ganho à população brasileira. O Cirque era inacessível a boa parte dos brasileiros. Foi esse o erro da aprovação.”

fonte:http://blogs.cultura.gov.br/blogdarouanet/

domingo, 22 de março de 2009

Conselho de Cultura de Niterói se reúne com Secretário de Cultura

Na próxima terça-feira, dia 24, às 17h, membros do Conselho Municipal de Cultura de Niterói se reunirão com o Secretário de Cultura da cidade, Cláudio Valério. Será o primeiro encontro entre Conselho e Secretaria nesta gestão municipal. O Conselho, garantido pela Lei 2489, de 26 de novembro de 2007, é um órgão de caráter consultivo e incentivador das atividades culturais do Município, constituído por representantes da sociedade, que foram eleitos em plenária aberta, realizada em julho de 2008, na UFF. Integram ainda o Conselho representantes da Prefeitura e da Câmara dos Vereadores. A reunião de terça está marcada para o gabinete do Secretário, localizado à Rua Presidente Pedreira, 98, no Ingá.

O Conselho, em suas reuniões, já avaliou propostas apresentadas por diversos segmentos de Niterói, tais como: implantação de cursos profissionalizantes de artes cênicas; escola de circo; festival de teatro estudantil e profissional com artistas de Niterói; festival da canção estudantil e profissional com artistas da cidade; conservatório de música com estúdio popular; revisão do contrato da Cantareira; revitalização da Niterói Discos; conclusão das obras do Museu BR de Cinema, com melhor aproveitamento do espaço físico para as demais modalidades artísticas; revitalização das praças públicas; apoio aos clubes da cidade; incentivo ao desfile das agremiações carnavalescas da cidade, além de acompanhar a discussão acerca da criação da Lei Municipal de Incentivo à Cultura, entre outros pontos, todos com o objetivo de incrementar as atividades culturais de Niterói.

Grato pela atenção.

Fernando Paulino (Reg. Prof. 13.689-DRT-RJ) – Membro do Conselho Municipal de Cultura de Niterói

quinta-feira, 19 de março de 2009

Nossa linda cultura de adorno*

Px Silveira 18 março 2009
fonte: http://www.culturaemercado.com.br/post/nossa-linda-cultura-de-adorno/


Não tem como errar. Atira-se uma flecha para o alto. Onde ela cair, você vai lá e pinta o alvo. É assim que tem sido a gestão pública da cultura no Brasil, com raras exceções.

Reféns do movimento incessante da cultura, que segue à revelia de suas políticas governamentais, os gestores estão sempre a um passo atrás, sem conseguir pensar estrategicamente.

Incapazes de se antecipar aos acontecimentos, eles não fazem nada mais que suas respectivas obrigações, quando muito. É assim. Enquanto a cultura rala para valer nas periferias do poder, os gestores vêm com a pose e chegam extamente na hora dos aplausos.

Enquanto essa palhaçada acontece no picadeiro oficial, a cultura vai bem, obrigado, apesar daqueles que deveriam ser seus gestores. E dá-lhe a nossa linda cultura de adorno e seus barnabés amestrados. Não é de hoje.

Historicamente, os mandatários têm receio da cultura, pois ela, como queiram, pode às vezes surgir como um poço sem fundo ou como uma caixa de marimbondo. No primeiro caso, dá vertigem aos despreparados. No segundo, preparem-se, pois quanto mais se mexe mais surge o que fazer.

Ao contrário das áreas de saúde, de educação, de habitação e de tantas outras áreas vitais para a sociedade, fazer pela cultura não diminui o que deve ser feito, pelo contrário, a cultura não é um setor, área ou segmento à espera do beneplácito governamental, mas ela é o amparo de toda a sociedade -e haverá sempre mais o que fazer na medida em que se faz por ela. É exponencial. Uma espiral geométrica infinda.

Ter receio da cultura, portanto, seria normal, pois todo receio tem um misto de respeito e temor da criação. Mas daí a aproveitar-se da situação para fazer dela uma mera ilustração de poder pessoal ou de grupos, há um passo muito largo e raso a ser dado.

Na certa voltaremos ao assunto. São quase infindas as acepções do adorno que fazem da cultura essa coisa linda – e assim totalmente desnecessária.

PX Silveira é presidente do Instituto ArteCidadania

*Em tempo:
Kleber Adorno é o nome do atual Secretário Municipal de Cultura de
Goiânia e Linda Monteiro é a presidente da Agência Goiana de Cultura.
O que para o autor, são meras coincidências.

domingo, 15 de março de 2009

Programação Cultural do Ministério da Cultura

- MinC de Sheila Sterf/Comunicação Social

Diversos eventos culturais gratuitos ligados à Imprensa, Arquivo, Audiovisual, Memória e Informação fazem parte da programação da segunda quinzena do mês de março da Fundação Casa de Rui Barbosa, instituição vinculada ao Ministério da Cultura.

Na segunda e terça-feira, 16 e 17 de março, na Sala de Cursos, será realizado o III Encontro de Bases de Dados sobre Informações Arquivítiscas. A iniciativa é uma promoção da Associação dos Arquivistas Brasileiros, com apoio da FCRB/MinC, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e do Arquivo Nacional.

No dia 18, às 14h30, dentro da série Memória e Informação, será promovido o debate A Nova Face da Biblioteca Pública: as experiências de Bogotá, Medellín e Rio de Janeiro. As palestras da série são quinzenais, sempre às quartas-feiras, na Sala de Cursos, e versam sobre estudos e pesquisas nas áreas da memória, documentação, preservação e informação.

A palestra Imprensa, Pesquisa e Informação: uma ponte entre Nelson Werneck Sodré e a atual condição da comunicação social no Brasil , na quinta-feira (dia 19), marca o retorno da série Pensar a Imprensa, em 2009. A proposta é de um outro olhar sobre a obra do autor, ressaltando a íntima relação estabelecida por ele entre história e imprensa em sua pesquisa dos fatos sociais e mostrando o valor científico de sua metodologia. A temática será desenvolvida pela doutora em psicologia clínica Olga Sodré, a partir das 14h30, na Sala de Cursos.

Resistência e Criação: Mídia, Cultura e Lutas no Capitalismo Cognitivo é o nome da série de colóquios realizada em parceria pela FCRB/MinC, Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Universidade Nômade. O objetivo da iniciativa é abordar as atuais contradições das práticas e conceitos internos à crise da Comunicação de Massa. O próximo debate será no dia 26 de março, às 14h, na Sala de Cursos da Fundação.

No sábado, 28 de março, às 16h, o Cineclube ABC&D exibe a comédia musical Samba no Botequim do Seu Zé e o documentário Mano Brou do Cantagalo. O primeiro filme conta a história de um músico ingênuo que vive situações interessantes ao perambular pelos bares da cidade. Já o segundo, mostra o processo criativo de Cristiano da Silva e acompanha a construção de duas obras no Morro do Cantagalo.

Confira a programação completa.

(Texto: Narla Aguiar, Comunicação Social/MinC)
(Fonte: FCRB/MinC)

segunda-feira, 9 de março de 2009

Esperar o quê? Esperar pra quê?

fonte: http://www.culturaemercado.com.br/post/esperar-o-que-esperar-pra-que/

Leonardo Brant 7 março 2009

fabiopinheiro
Há um Pedro Pedreiro em mim. Lembro como se fosse hoje, não faz tanto tempo. Vivíamos em estado de euforia. Sensação de que as coisas iriam realmente mudar. Ancinav debaixo do braço, Rede Globo na mira, majors em perigo. Não faz muito. Vinha mudança da Lei Rouanet, Sistema Nacional de Cultura, Conferências, Plano, Câmaras Setoriais, Pontos de Cultura, uma verdadeira revolução encabeçada por Gilberto Gil. “Alguma coisa mais que linda que o mundo, maior do que mar…”

Não sei de fato o que aconteceu com o furacão Gil. Já não queria mais ser ministro e artista, já no final da primeira gestão. Aprontou um forrobodó, levantou a poeira que estávamos precisando. Disse-nos que podíamos seguir em frente. Mas, de repente, o ar se rarefez pelos lados da cultura. Também pudera: a tarefa de substituir Gilberto Gil não é assim tão fácil. “Mas pra que sonhar se dá o desespero de esperar demais”

Ficamos atônitos, sem palavra, sem gesto. E o MinC sem gestão, sem capacidade de articulação. De ressaca, acumulada desde o vazamento do projeto da Ancinav que, coincidência ou não, circulou junto com a proposta de cerceamento de certas liberdades de imprensa, conquistadas nos anos pós-ditadura. Aquela coisa tão importante, espinha dorsal da Política Gil, virou pó. Hoje é tabu, palavra proibida. Causa arrepios e calafrios. Acumula-se a tantas outras decepções na sala de espera do governo Lula.

O governo prometeu rediscuti-lo, mas a coisa foi esfriando, esfriando. E nós esperando.
Esperei muito tempo por um Sistema Nacional de Cultura que saísse do papel, mas já estou mais conformado, cortando um fuminho de corda na varanda.

Esperei a Lei Rouanet, que viria depois do Seminário “Cultura para todos”, quem se lembra? Esperava de fato a mudança, ela viria no final de 2003, no máximo em março de 2004. Marcaram data, comitiva de frente, estardalhaço, comemoração. Um banquinho, um violão. Quando tocávamos no assunto, assovio bossa-nova.

Depois veio a segunda gestão, a promessa do Mais Cultura, “a primeira política cultural do Brasil”, segundo Lula. R$ 4,7 bilhões. No segundo ano do programa, não vimos mais do que R$ 200 e poucos milhões, re-alocados de outros programas, sobretudo do Cultura Viva, que já nem sei mais se existe ou se foi incorporado pelo Mais Cultura.

Mais Cultura é um anti-programa. Não tem cheiro, nem cor, nem graça, tampouco personalidade. Não sabe de onde veio nem pra onde vai. Um placebo. Tem embalagem, marketing, verba, mas sem efeito algum. Pior do que isso, se alimenta de coisas úteis e inovadoras e as transforma em pontos de interrogação. Tenho alertado aqui o que o Mais Cultura vem fazendo com o Cultura Viva, que perdeu totalmente sua personalidade e suas características conceituais, para virar pílulas de manutenção de um aventureiro no poder.

Tá bom, então vamos esperar o orçamento, um fundo público, autônomo, democrático, gerido pela sociedade. Em vez disso corte de 78%. Que tal uma rede? Boa idéia, uma rede de gente esperando. Enquanto revezamos nosso descanso, nessa coisa entre o susto e a apatia, podemos fazer alguma coisa. E não é que a rede está realmente aumentando.

E tem de tudo nessa rede. Tem artista, produtor, ponto de cultura, de leitura, de memória (é ponto que não acaba mais), tem intelectual, tem gente de comissão de frente e de bastidor. Tem funcionário do MinC. Aliás, como tem funcionário do MinC esperando o trem passar. Eles sabem, aliás, que mais cedo ou mais tarde vem coisa melhor a ocupar a cadeira, a mesa e o ar-condicionado. Isso eles sabem como ninguém.

Tem de tudo ali: perseguidos, na geladeira, na frigideira, rebaixados, realocados, repatriados, desembestados. Tem uns esperando, outros, cansados de esperar, pedem para sair. E ficam esperando em outro lugar.

Talvez juntem-se a nós aqui no mercado, na sociedade, nos movimentos, nos casarios, nos becos, nas pontes. Tem a turma do acarajé, do pão-de-queijo, da maniçoba e até da erva-mate. Tem gente do PT, PCdoB, PMDB e até do PV. É P que não acaba mais.

E talvez se cansem de esperar. Talvez queiram algo mais. E enquanto esperam, vão se mexendo, movimentando.

Vou logo deixar esse dedo-de-prosa que o trem vem chegando. Mas antes de descansar, não esqueça de assinar a petição por menos impostos para a cultura, pois a “esperança aflita, bendida, infinita” não pode perder para o medo.

Até o fechamento deste texto já somos quase 2 mil cansados de esperar. Assine, divulgue, que o trem já vem, que já vem, que já vem…

domingo, 8 de março de 2009

Fórum Nacional dos Conselhos Estaduais de Cultura discute papel da entidade do Ministério da Cultura

Fonte:MinC
por: Sheila Sterf/Comunicação Social

Os investimentos na cultura brasileira devem ser mantidos, apesar da atual crise econômica, pela centralidade do setor no processo de desenvolvimento sustentável do país. Pelo menos foi essa a conclusão dos participantes da reunião extraordinária do Fórum Nacional de Conselhos Estaduais de Cultura (ConECta), aberta na manhã desta quinta-feira, 5, na sede do Ministério da Cultura, em Brasília.

Satisfeito com a presença de representantes de conselhos de 16 estados brasileiros, o presidente do ConECta, secretário de Cultura de Alagoas, Osvaldo Viégas, acredita que essa mobilização nacional será fundamental para mudanças positivas na agenda da cultura nacional.

“Este ano, uma série de questões relacionadas à cultura estão na pauta do Congresso Nacional. É o caso da Proposta de Emenda Constitucional (PEC 236/08), que defende a inclusão da cultura como direito social do cidadão, e a PEC 150/03, que vincula a destinação dos recursos orçamentários da União (2%), dos estados (1,5%) e dos municípios (1%), ao setor cultural. Daí a importância do ConeECta nesse momento político”, ressaltou Viégas.

No período da tarde, os integrantes do ConECta vão discutir com o ministro interino da Cultura, Alfredo Manevy, questões pontuais relacionadas ao Plano Nacional de Cultura, à revisão da Lei Rouanet, e direitos autorais.

terça-feira, 3 de março de 2009

Assembleia debaterá a gestão da Cultura

fonte: O Fluminense
Publicado em 28/02/2009


O presidente da Assembleia Legislativa (Alerj), deputado Jorge Picciani (PMDB), receberá, na próxima terça-feira, os representantes da Fundação Anita Mantuano de Artes do Estado do Rio de Janeiro (Funarj) e do Sindicato dos Artistas para discutir os projetos da Secretaria estadual de Cultura que pretende firmar parcerias com Organizações Sociais (OS) para a gestão dos equipamentos do Estado. A proposta de mudança do modelo de gestão cultural fluminense foi feita pelo Poder Executivo através dos projetos de lei 1.974/09 e 1.975/09.

O encontro contará com a participação do presidente da Comissão de Trabalho, Legislação Social e Seguridade Social da Alerj, deputado Paulo Ramos (PDT), que criticou o projeto da secretaria.

"É um absurdo. O projeto é falho e representa uma confusão sem tamanho. Quem é da iniciativa privada deve trabalhar nos diversos espaços culturais particulares. Chega a ser uma provocação. É bem provável que o projeto seja rejeitado na Alerj", analisou o parlamentar, que participou de reunião com a secretária de Cultura, Adriana Rattes, no dia 18, quando a proposta do governo foi explicada aos deputados.

A Funarj tem sob sua administração: o Teatro Armando Gonzaga, Teatro Arthur Azevedo, Teatro Gláucio Gill, Teatro João Caetano, Teatro Mário Lago, Teatro Villa-Lobos, Museu Antonio Parreiras, Museu Carmem Miranda, Museu dos Esportes Mané Garrincha, Museu do Ingá, Museu do Primeiro Reinado, Museu dos Teatros, Casa de Cultura Casimiro de Abreu, Casa de Cultura Laura Alvim, Casa de Euclides da Cunha, Casa de Oliveira Vianna, Escola de Música Villa-Lobos, Sala Cecília Meireles e Fundação Theatro Municipal.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Quando a arte abre caminhos

Hugo Rodrigues

fonte: Jornal O Fluminense
Publicado em 19/02/2009

Unindo música, cinema e talentos, o longa Contratempo estreou nos cinemas levando ao público personagens comuns, mas com exemplos de vida e superação. O filme, que marcou a estreia de Malu Mader na direção, conta a vida de jovens músicos que mudaram de rumo devido à arte. Em cena, meninos e meninas dos projetos Villa-Lobinhos, Orquestra Pró-Arte, ambos do Rio, e dos niteroienses Aprendiz - Música na Escola e da Orquestra da Grota.

No início, o filme seria apenas um curta contando a história do projeto Villa-Lobinhos, no qual Malu Mader foi convidada a ser madrinha da iniciativa. Com o tempo, a ideia foi amadurecendo e Malu convidou Mini Kerti, uma diretora mais experiente, para dividir com ela a função no documentário, que não teria mais o projeto com plano central, mas sim, os jovens músicos. Foi neste momento, que os novos projetos foram incluídos no filme.

"A escolha foi feita em cima de meninos do Villa-Lobinhos com quem já tínhamos uma relação mais estreita, uma empatia natural. Com isso, descobrimos que eles também tinham uma conexão com o pessoal da Grota do Surucucu e com o projeto Aprendiz. Resolvemos, então, abandonar aquilo como idéia central. Assim, o filme partiu como sendo um longa do projeto, mas a partir dali, passou a ser sobre esses jovens músicos", explica Malu Mader.

Da ‘Cidade Sorriso’ para Nova Iorque

Considerados dois dos novos talentos da música clássica brasileira, os gêmeos Wagner e Walter Caldas, de 23 anos, da Orquestra da Grota, são exemplos de Contratempo, que deram certo na vida.

Filhos do luthier Jonas Caldas, envolveram-se com a música através da Orquestra da Grota e foram bolsistas do Villa-Lobinhos.

O talento dos dois é tanto que, atualmente, eles estão estudando música em Iowa, nos Estados Unidos.

Durante o filme, a produção acompanhou os gêmeos na viagem à Nova York, para apresentações e estudo.

"A viagem para Nova York com os gêmeos foi muito engraçada e emocionante", destaca Mini Kerti.

"A música é também um meio de sobrevivência, uma possível profissão. Além de estarem ali se formando como músicos, eles estão se formando como pessoas", completa.


Cotidiano - Outro destaque de Niterói é a jovem Marcela Galvão, de 19 anos, que mora no Caramujo e começou na música há seis anos no Aprendiz, que leva música clássica às escolas da cidade.

Com a base musical preenchida através do Aprendiz, a jovem foi selecionada para tocar no Villa-Lobinhos.

Mini conta que a escolha por Marcela se deu pela emoção da jovem e por ela tocar violoncelo, algo incomum para meninas.

"A Marcela, por exemplo, escolhemos, porque uma mulher tocando violoncelo é incomum, não imaginávamos que ela seria uma personagem tão forte. Ela é incrível, tem a emoção à flor da pele. Então, cada um foi escolhido por alguma particularidade", destaca Mini.

No filme aparece todo o trajeto que Marcela percorre em seu cotidiano para ter aulas de música no Rio. Este é um dos pontos que, para Mini Kerti, Contratempo se torna tão emocionante.

"A Marcela viaja quase duas horas todo dia, com o violoncelo nas costas. Então, é uma imagem muito significativa. A oportunidade foi dada, sim, mas é preciso um esforço pra alcançar. Na minha opinião, as imagens dizem coisas que não necessariamente as entrevistas dizem", conclui.

Em cena

Villa-Lobinhos - Nascido em 2000, sob a administração do Movimento Viva Rio, Organização Não-Governamental (ONG) criada em 1993. Viabilizado com o apoio do Instituto Moreira Salles e do Museu Villa-Lobos, funciona sob a coordenação pedagógica de Turíbio Santos. Promove educação musical para jovens instrumentistas de baixa renda.


Orquestra da Grota - O projeto começou há mais de 20 anos pela iniciativa de Otávia Paes Selles. Após sua morte, em 1998, o filho e maestro, Marcio Paes Selles, junto com Lenora Pinto Mendes, assumem a direção do trabalho, voltando-o para o ensino de música. Surgiu assim a Orquestra de Cordas da Grota.


Aprendiz - Criado em 2001, por iniciativa da Prefeitura de Niterói, através da Secretaria Municipal de Cultura e da Fundação Municipal de Educação. Teve início com aulas de canto e de instrumentos de sopro e corda oferecidos a 270 crianças. Hoje, atende mais de dois mil alunos, de dez escolas da rede municipal, sob a coordenação dos maestros Márcio Paes Selles e Bernardo Bessler.


Orquestra Pró-Arte - Os seminários de Música Pro-Arte do Rio de Janeiro foram criados em 1957 por um grupo de músicos e professores liderados por H.J. Koellreutter, com o objetivo de criar uma escola de música que se opusesse ao padrão de ensino acadêmico. Hoje, conta com 30 professores, sob a presidência da professora Elza Usurpator Schachter.


O Fluminense

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

MENOS IMPOSTOS PARA A CULTURA, MAIS DESENVOLVIMENTO PARA O BRASIL

Fonte:

http://www.culturaemercado.com.br/post/menos-impostos-para-a-cultura-mais-desenvolvimento-para-o-brasil/


13 de Fevereiro de 2009 by Leonardo Brant



Com o título acima, o Instituto Pensarte, organização cultural responsável pela publicação de Cultura e Mercado, propõe uma articulação nacional em torno da redução de impostos e cobra do governo federal e dos congressistas um pacote de apoio ao setor cultural, fortemente abalado pelas recentes medidas governamentais, que além de triplicar os impostos das empresas culturais, minguar o orçamento e defenestrar as Leis de Incentivo à cultura e as conquistas advindas desse imperfeito mas efetivo instrumento.

Busco nas palavras inspiradoras do ministro de Assuntos Estratégicos do Brasil, Roberto Mangabeira Unger, a análise do comportamento da esquerda governamental em torno das políticas culturais no Brasil. Em recente entrevista ao jornal El Pais, analisou o comportamento de três tipos de esquerda no mundo: 1) a vendida, que aceita o mercado e a globalização em suas formas atuais, e querem simplesmente humanizá-las por meio de políticas sociais; 2) a “recalcitrante”, que deseja desacelerar o progresso dos mercado e da globlalização, em defesa de sua base histórica tradicional; 3) e a que mais nos interessa (pelo menos a ele, Mangabeira, e a mim, que o subscrevo), focada na reconstrução do mercado e na reorientação da globalização, com um conjunto de inovações institucionais.

Para esse terceiro tipo de esquerda, declara o intelectual e professor de Barack Obama na Harvard, a primeira medida é democratizar a economia de mercado, depois capacitar o povo e, em seguida, aprofundar a democracia. “Eu entendo esse projeto como uma proposta da esquerda para a esquerda”, diz.

Quero buscar uma tradução aplicada às políticas culturais para a proposta de Unger:

1. Democratizar a economia de mercado: o governo federal cumpre bem o seu papel de reconhecer e fomentar os setores da produção cultural menos privilegiados. Mas precisa encontrar maneiras de inseri-los no mercado, sob o risco de gerar um ciclo vicioso de dependência dessa produção com o Estado (para não dizer governo, com sua agenda política imediatista).

2. Capacitar o povo: Marilena Chauí já apontava a necessidade de refazer o mito fundador do Brasil, recuperando a capacidade de auto-representação do povo. A garantia dos direitos culturais, inclusive de acesso aos conteúdos culturais (próprios e de outras culturas) é fundamental. A universalização do acesso deve andar de mãos dadas com um amplo programa de capacitação e formação de nossos artistas e produtores em relação à função política da cultura. A disponibilização de ferramentas de gestão cultural deve vir acompanhada de uma formação de base mais séria e profunda, já que estamos lidando a capacidade de gerir e forjar o nosso material simbólico. Em síntese, direito à educação.

3. Aprofundar a democracia: em recente aula sobre “direitos culturais”, ministrada no âmbito do Laboratório de Políticas Culturais, Fabio Maciel, presidente do Instituto Pensarte, aponta a dicotomia existente na defesa dos direitos humanos de primeira (ligados à liberdade) e segunda geração (igualdade). E a co-relação desses direitos pela conquista à solidariedade humana e à justiça social. Nosso maior desafio nesse campo é conseguir estabelecer a consolidação dos instrumentos públicos de participação social, atrelados à responsabilidade do Estado em relação à cultura, levando em conta, sobretudo, um pacto federativo que deixe claro os papéis das prefeituras, dos estados e da federação. Nesse ponto, o MinC caminhou a passos largos, com a proposição do Sistema, do Plano, da Conferência e do Conselho Nacional de Políticas Culturais.

Sua efetivação como instrumentos de reforço e aprofundamento da democracia está, nesse caso, atrelado aos pontos 1 e 2 da proposta de Unger. Ou, como diria Maciel, instrumentos de garantia de direitos civis e políticos são interdependentes aos direitos econômicos, sociais e culturais. Sob o risco de transformarem-se em meros mecanismos de controle (isso é interpretação minha).

Nesse sentido, a luta por um espaço no mercado para todos os artistas e produtores culturais é imperativo. Não por meio de uma subordinação aos interesses privados do mercado e sim em torno de conquistas efetivas de condições de produzir cultura com liberdade.

Por este motivo e por muitos outros aqui não citados, torna-se imprescindível a união dos agentes culturais de todos os cantos em nome de “Menos Impostos para a Cultura, Mais Desenvolvimento para o Brasil“, disponível em Petition OnLine.

Eu acabei de assinar!

Postado em TRIBUNA | 8 Comentários

8 Respostas para “MENOS IMPOSTOS PARA A CULTURA, MAIS DESENVOLVIMENTO PARA O BRASIL”
on 14 Fev 2009 at 9:351Candida Botelho
Prezado Brant,
Creio que é chover no molhado, para um país que insiste em considerar educação e cultura coisas diferentes.
Não sei qual o clamor que precisamos fazer para que se entenda que essa atividades são paro o desenvolvimento da nação, que há um enorme campo de trabalho para os menos favorecidos nas atividades culturais dentro de uma boa politica cultural…enfim ando bem aborrecida com insistencia em nossos dirigentes em bater nessa politca de ganhar mais e pagar menos!!!

on 14 Fev 2009 at 10:162Candida Botelho
Ola Brant,

Parece que é chover no molhado insistir para que nossos dirigentes entendam a importância do trabalho cultural que é um campo de trabalho e ganho para os menos favorecidos, e um caminho para a educação do país. Essa politica de ganhar mais e pagar menos, que invadiu a mentalidade do dirigente brasileiro:- sem consumo não há receita….Eles não entendem?? Ate O presidente do Eua hoje esta entendedo isso. É preciso tratar de toda a população e não apenas das mais simples …até porque não é destribuindo esmolas que vão transformar o pais, mas com politicas adequadas e uma delas é a da cultura…considera luxo para os mais ignorantes. vamos insistir….

on 14 Fev 2009 at 14:343fabs
Se é para unir esforços… http://www.petitiononline.com/LC128/

on 14 Fev 2009 at 21:204Carlos Henrique Machado Freitas
Candida Botelho
O que você chama de esmola? Tens mesmo ideia do que seja fome, miséria, preconceito social e racial, intolerância perfumada, achismo de salão? Enquanto não se demolir todos esses mitos baseados na arrogância de que alguém vai ensinar cultura em uma sociedade, ficaremos aqui nessa gangorra inútil do mundo dos civilizados à caça de um outro a civilizar. Acho que deveríamos ouvir um pouco a voz do silêncio e da reflexão, mas, principalmente duvidarmos sempre das nossas certezas, pois elas costumam ser a outra perna que nos faz tropeçar.

on 15 Fev 2009 at 11:255Wellington Costa
Caro Brant,

Parabéns pela matéria. Em minha atuação atual de formatador de projetos para a área cultural tenho acesso aos altos níveis de impostos que todo o sistema produtivo atrelado ao faze cultural e artísticos é obrigado a recolher ate mesmo quando deseja focar espetáculos e shows de acesso gratuito para comunidades carentes e excluídos socialmente.
Analisarmos as pacas verbas que são direcionadas a projetos artísticos e culturas e nos esquecemos que dentro delas há profissionais que tem que devolver tais parcos recursos aos governos, municipais, estaduais e Federais… Impostos estes que minoram os valores já mais baixos que nos são dedicados.
Não estou fanado da elevação de impostos e sim o que cada agente cultural e artista é obrigado a recolher quando deseja estar com sua atuação plenamente legalizada.
Esta bandeira que você levanta é uma das mais coerentes. Se o estado nos dedica baixos recursos deveria ao menos nos brindar com a isenção, assim teríamos mais recursos para investirmos em outos projetos culturais.
A diminuição dos impostos nos daria maior liberdade financeira para exercemos nossas funções de artistas plásticos, cantores, músicos atores, etc…
Não devemos somente pensar nas empresas culturais e nos setores que na verdade são realmente manifestações de uma industria cultural formal e sim nos agentes artísticos e culturais isolados e os elevados impostos que recolhem.

on 15 Fev 2009 at 14:226Gabriel Estellita Lins
Pessoal, Acho que o momento não é de discussões filosóficas sobre a importancia do trabalho cultural, e muito menos de voltarmos nossas armas contra nós mesmos.
A situação é prática, e muito perversa. Em um momento de crise, de risco recessão, um momento quando a cultura e o entretenimento ficam mais do que vulnerável por conta das características de nossa população e das prioridades das empresas patrocinadoras, o governo apunhala toda uma classe.
Em um momento quando o discurso é de ajuda a diversos segmentos da indústria, vemos o nosso segmento ser taxado com um aumento de mais de 200%.
Qual a justificativa para isso????
Não sei se essa iniciativa do Brant terá efeito concreto, e também não acho que ela seja suficiente se não for seguida de um movimento coletivo, mas a aplaudo pois foi a primeira que consegui vislumbrar no sentido de fazer algum barulho.
Espero realmente que desse pontape inicial venha uma onda de protestos e que, de alguma forma, os ouvidos de nossos governantes sejam tocados.
Não podemos aguentar isso calados!!!
Eu também já assinei.
Abraços,
Gabriel Estellita Lins

on 15 Fev 2009 at 21:527Leonardo Brant
Quero comentar para evitar uma leitura equivocada: 1) O manifesto é uma iniciativa do Instituto Pensarte, proposto por seu presidente, Fabio Maciel; 2) o artigo reflete minhas opiniões e não tem qualquer relação direta com o manifesto. Ou seja, ninguém precisa concordar com o artigo para subscrever o manifesto, cujo texto econtra-se no link acima. Abs, LB

on 15 Fev 2009 at 23:088Carlos Henrique Machado Freitas
A isenção absoluta de impostos é uma das formas mais democráticas que se pode aplicar numa política de fomento à cultura de um país. Esta reivindicação deveria ter sido feita há muito. Outra, seria lançar um pacote de medidas que reduzissem a custos mínimos materiais básicos para a cultura, assim como é feito com a construção civil. Uma lista dos materiais mais utilizados na produção cultural, mas é bom colher outras possibilidades, pois a desoneração naturalmente democratiza na fonte a produção, qualquer que seja a forma de buscar uma alavanque a produção e o acesso à cultura, será sempre uma forma justa, objetiva e desburocratizada.

Gostaria de lembrar uma observação, a meu ver, correta feita por Juca Ferreira no encontro “Diálogo Cultural” no Capanema, sobre a inflação dos serviços em torno da cultura quando se está de posse dos recursos do mecenato. Isso é uma verdade que tem que ser dita. Sei de muitos casos em que o ganho médio de um artista no mercado comum, triplica quando o mesmo sabe que tem patrocínio. Nesse jogo de gato e rato, vão todos para o buraco. Essa discussão sobre cultura no Brasil precisa primar pelo distanciamento do corporativismo de empresas produtoras e captadoras, corporativismo de artisitas, pois devemos entender que se ela está disposta a pagar cachê de estrelas ou financiar a arte e a dignidade do artista que passa léguas dessa crise de griff de camarins. A desoneração tem que ser um esforço geral. Nenhum artista tem que trabalhar de graça, mas também não pode se admitir disparidades de cachê medidos de acordo com o peso do nome e, muito menos, estar na pauta de democratização.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

CENTROS CULTURAIS E DE REFERÊNCIA - NOVO MODELO DE GESTÃO

Amigos da Câmara Setorial de Prod. Culturais,

Tenho a grande satisfação de comunicar minha indicação para o cargo de Gestora do Centro Cultural Laurinda Santos Lobo, em Santa Teresa. Indicação feita pela nova Subsecretaria de Democratização e Difusão Cultural da Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro e devidamente aceita.

A nova tarefa se mostrará desafiadora perante as novas políticas que a Secretaria de Cultura pretende implantar em seus equipamentos culturais e orgulha-me fazer parte desta equipe repleta de nomes de reconhecida e comprovada competência.

Contudo e apesar desta nova atividade, o espaço referente às atividades do Conselho de Cultural de Niterói será preservado para que possa continuar a frente da Câmara Setorial de Prod. Culturais com o mesmo empenho e dedicação que tenho demonstrado. Apesar de nascida no Rio e carioca da gema, tenho imenso carinho por esta cidade que me acolhe há mais de 30 anos.

Aproveito para inserir pequeno resumo, distribuído com as primeiras linhas de propostas, que definirão os novos perfis e metas de atuação dos coordenadores recém indicados.

Abraços,
Nádia

CENTROS CULTURAIS E DE REFERÊNCIA - NOVO MODELO DE GESTÃO

Houve uma reconfiguração na estrutura da Secretária Municipal de Cultura do Rio de Janeiro. Temos hoje, uma divisão em 4 Sub-Secretárias, entre as quais de Democratização e Difusão Cultural, onde os Centros Culturais estão inseridos. A nova política cultural modificou a estrutura administrativa dos equipamentos, buscando enxugar a máquina. Foi criada a Coordenação de Centros Culturais, onde ficaram abrigados 10 espaços.

A partir de agora, os Centros terão gestores e um Coordenador Geral (Gilberto Gouma), responsável pelo Planejamento e Administração Geral. A orientação conceitual e programática virá da Equipe composta pelo Coordenador Geral e pelos Coordenadores de área: Artes Cênicas (Celina Sodré), Artes Visuais (Claudia Zarvos) e Música (Samuel Araújo).

As mudanças se devem a uma adequação ao novo modelo de gestão. Pois há a compreensão de que cargos em espaços públicos fazem parte de um projeto em que a equipe deve ser montada não só por critérios técnicos como também por afinidades políticas, visando à harmonia do conjunto.

Deixamos claro que desejamos um diálogo com todos os antigos gestores e/ou curadores no sentido de compartilhar as experiências. Afinal, acima de tudo está o interesse em que a Arte e a Cultura atuem como forças de transformação social.

LISTAGEM DOS CENTROS - PERFIS E GESTORES
CENTROS CULTURAIS

Centro Cultural Municipal Laurinda Santos Lobo

Centro cultural laboratório que funcionará como escola de arte para todas as comunidades de Santa Teresa e entorno. O objetivo é oferecer oficinas em diversas áreas artísticas assim como na formação e capacitação profissional de técnicos para atividades de montagem de exposições, espetáculos e demais eventos.
Gestor: Nadia Medella

Centro Cultural Municipal José Bonifácio
Perfil definido como sendo um centro de estudos da cultura afro-brasileira, questões ligadas à negritude como a inclusão, desigualdade racial e econômica. Destaque para a grande contribuição à cultura brasileira.
Gestor: Néia Daniel

Centro Cultural Municipal Oduvaldo Vianna Filho
Catalogação, difusão e exposição de acervos fotográficos. Debates, cursos e biblioteca especializada na área de fotografia. Abrigando ainda espaço para leituras dramatizadas e pequenas apresentações lítero-musicais. Ver projeto em anexo.
Gestor: Vitor de Wolf

Centro Cultural Municipal Parque das Ruínas
Espaço com programação versátil para público geral. Exposições, música, entretenimento familiar.
Gestor: Dennis Hanson

Centro Cultural Municipal Dyla Sylvia De Sá
Ponto de conexão e programação compartilhada com o C.C. Parque das Ruínas com programação versátil para público geral. Exposições, música, entretenimento familiar.
Gestor: Thaíssa Pontes

Centro Cultural Municipal de Santa Cruz Dr. Antônio Nicolau Jorge
Recém restaurado situa-se em meio ao Eco Museu, contemplado por um belíssimo entorno que o qualifica para todo tipo de atividades inclusive ao ar livre. Propõe-se uma conexão com o Espaço Cultural Sérgio Porto.
Gestor:

Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica
Espaço dedicado prioritariamente às artes visuais contemporâneas, multimídia.
Gestor: Ana Durães

CENTROS DE REFERÊNCIA
Centro Municipal de Referência da Música Carioca
Propõe-se um novo perfil mais adequado ao próprio nome. Registro, catalogação e difusão de acervos da música carioca em suas diversas vertentes e gêneros.
É a casa da documentação e do Selo de Musica do Rio.
Gestor do Selo: Cláudio Jorge
Gestor de Documentação: Rosa Zamith

Centro Coreográfico da Cidade do Rio De Janeiro
Centro do pensamento e pesquisa do movimento corporal em todas suas vertentes. Deverá contemplar registro em vídeo, espetáculos, residências nacionais e internacionais.
Gestor: Carmen Luz

Centro Municipal de Referência do Teatro Infantil
Pólo de pensamento das diversas áreas artístico-culturais referentes ao público infantil, bem como apresentações em espetáculos no Teatro do Jóquei..
Gestor: Karen Acioly

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Esclarecimento em relação ao FNC do Reforma da Lei Rouanet

de danielmerli

Em relação ao artigo “FNC: A Caixa-Preta do MinC” do blog Cultura e Mercado, lembramos que não há qualquer obscurantismo a respeito dos dados do Fundo Nacional de Cultura (FNC), um dos mecanismos de financiamento previstos na Lei 8.313/91 - conhecida como Rouanet. Os números relativos ao seu orçamento estão disponíveis no Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi), tais como qualquer outra execução orçamentária realizada pelo Ministério da Cultura.

Lembramos ainda que os projetos que recebem aportes financeiros do fundo são, predominante, escolhidos por meio de edital público, seguindo uma linha de ação iniciada desde o primeiro ano do Ministério da Cultura sob a presidência de Luiz Inácio Lula da Silva.

Todos esses editais encontram-se reunidos na página do Observatório de Editais (http://www.cultura.gov.br/site/categoria/politicas/observatorio-dos-editais/), em consonância com o Decreto nº 5.482 de junho de 2005, que determina a publicidade das informações do governo federal na internet.

Também na rede estão os dados consolidados sobre a captação via renúncia fiscal (http://www.cultura.gov.br/site/2007/11/21/estatisticas/). A informatização do sistema de cadastro via internet – o SalicWeb – permitirá que, em breve, toda a base de dados de usuários da Lei Rouanet também esteja disponível.

Assessoria de Comunicação do Ministério da Cultura

Quadro de execução do FNC em 2008

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Reunião Histórica do Conselho Municipal de Cultura de Niterói




A segunda reunião do Conselho Municipal de Cultura de Niterói, na nova gestão Municipal, foi transferida na última hora para Câmara de Vereadores de Niterói. Construída no início do século XX, tem sua história liga aos grandes acontecimentos histórico que marcaram o antigo Estado da Guanabara assim como a cidade de Niterói.

A mudança repentina contribuiu para ausência de alguns conselheiros, assim como não foram indicados os novos conselheiros do poder público municipal para qual tínhamos a expectativa de apresentação naquela oportunidade. A falta de quorum transformou a reunião em bate papo. A sala reservada para reunião estava bastante comprometida, tinha problemas de temperatura, porém com todas as dificuldades o bate-papo seguiu durante uma hora e meia.

Estar naquele auditório histórico, cercado por quadros que retratam os presidente da casa durante várias gestões me chamou atenção para a necessidade urgente de incluir o prédio da Câmara dentro do roteiro cultural da cidade, talvez promovendo visitas dos alunos das escolas municipais...bom mais isto é assunto para as próximas reuniões.

Nas últimas reuniões do Conselho em 2008 apresentei a sugestão de realizarmos as próximas reuniões do Conselho Municipal de Cultura no Espaço da Câmara Municipal de Niterói. Ou seja, a Câmara seria o melhor espaço, pois ali estão representado os diversos setores da sociedade assim com o debate político das questões prementes na vida dos artistas da cidade. Seria também um campo neutro que permitiria um distanciamento dos aparelhos culturais municipais para a implantação da nova política cultural do município, por parte da nova administração.

Presenciei alguns debates travados nas sessões da Câmara Municipais de Niterói, o tema cultura seja na vertente econômica (leis de incentivos, parceria público/privado) ou no movimento popular se da de forma efêmera e com os ímpetos acirrados.

Com a possibilidade das reuniões do Conselho de Cultura serem realizadas neste espaço o Conselho pode organizar, palestras sobre temas que permeiam o debate da vida cultura na cidade. Podemos criar seminários sobre as leis de Incentivo a Cultura (objetivo de pesquisa de dois conselheiros) com foco em experiências em outros estados, como a lei Robin Hood dos mineiros o que proporcionara aos vereadores acesso a experiências bem sucedidas. Também poderíamos ter as reuniões e seminários transmitidos pela TV Câmara o que possibilitara a boa parte da população acompanhar os trabalhos dos conselheiros. Sendo assim continuo torcendo para juntos construirmos um fórum de debates que contribua efetivamente para a projeção da cidade e seus artistas no cenário local, nacional e internacional. E isto é possível.

Portando não percam as próximas reuniões do Conselho Municipal de Cultura de Niterói, tragam suas idéias, criticas e sugestões o Conselho deve ser uma caixa de ressonância entre o poder público e a sociedade.

Almir Miranda da Silva
Graduando em Produção Cultural - Uff
Webdesigner e Produtor Gráfico
Membro da Câmara Setorial de Produção Cultural
almirmir@gmail.com
cel: 99331311

Quem é o Novo Diretor do MAC



Guilherme Bueno, Jorge Roberto e Cláudio Valério

por Edgard Fonseca

Guilherme Bueno tem 34 anos e é graduado em pintura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Concluiu o mestrado em Artes Visuais, também pela UFRJ, em 2001, e doutorado em 2005. Foi membro da equipe editorial da revista Arte & Ensaio (UFRJ) e pesquisador da mesma faculdade. A sua indicação partiu do Secretário de Cultura Cláudio Valério com o apoio de Dora Silveira, Diretora do Museu do Ingá.

fonte: http://www.ligjornal.com.br/1653/caderno.htm

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

reunião do Conselho Municipal de Cultura Niterói

A primeira reunião do Conselho Municipal de Cultura, na nova gestão
Municipal, será realizada hoje, 09/02/2009 às 18 horas, na Câmara de
Vereadores de Niterói, Av Amaral Peixoto, s/n enfre a Praça da República

A Nádia, nossa conselheira, esta impossibilitada de comparecer devido
a uma consulta médica inadiável. A nossa suplente Walma também não
confirmou presença devido estar com sua mãe internada. Portanto,
pessoas, a nossa presença será importante neste primeiro contato com os representante do poder público municipal que certamente devem se apresentar nesta oportunidade

FNC: A CAIXA-PRETA DO MINC

FNC: A CAIXA-PRETA DO MINC


Respaldado pela maior campanha publicitária de sua história, carregada de dados imprecisos, manipulados e mentirosos, o MinC tentar enfiar o embuste da reformulação da Lei Rouanet na goela da população brasileira. O prazo da consulta pública já está finalizando, mas o prometido projeto ainda não foi disponibilizado para a população.

Não conheço ninguém do mercado cultural que esteja 100% satisfeito com os rumos da Lei de Incentivo à Cultura. Isso não significa que valha a pena a estatização da Lei ou o desmanche no único instrumento efetivo de financiamento à cultura e às artes. A falta de informação precisa sobre o que ela representa para a cultura e a economia deixa uma brecha especulativa explorada de maneira leviana pelo Ministério da Cultura. O site do MinC destinado à discussão do assunto mais parece uma peça de marketing político, com elogios e textos favoráveis ao desmanche da Lei planejado por Juca Ferreira.

Fontes ligadas ao MinC falam em um possível recuo, devido ao desgaste sofrido pelos inúmeros problemas de gestão e pelo episódio do aumento de impostos para o setor cultural. Mas o órgão enfrentaria problemas com o Ministério Público e o Tribunal de Contas da União, por gastar altas somas em publicidade para um projeto que não existe.

Tive acesso esta semana a parte do conteúdo levantado pelo Observatório Itaú Cultural sobre a Lei Rouanet, que lançará uma revista especial sobre o assunto no começo de março. Eles analisam dados do mecanismo de 2002 a 2007. A revista pode azedar os planos do MinC, que detém e não divulga as informações sobre a Lei Rouanet, o que permite a manipulação com objetivos marketeiros.

O estudo mostra que os casos divulgados pelo MinC para destruir o mecanismo perante a opinião pública são exceções e que ele atende mais produtores e artistas do que qualquer outro sistema existente em nossa política cultural. Apresenta ainda a insignificância do benefício fiscal dado à cultura, em comparação aos incentivos oferecidos a outras áreas e nos remete a um interessante debate sobre a inconsistência da gestão pública e a (ir)responsabilidade cultural dos atuais governantes.

Aguardamos ansiosos o conteúdo da revista, mas por enquanto já podemos afirmar que a grande caixa-preta do MinC continua sendo o Fundo Nacional de Cultura, cuja manipulação está nas mãos do Ministro. Em vez de corrigir as distorções da Lei Rouanet, o FNC reforça o que Juca Ferreira diz ser capaz de corrigir.

A transparência na gestão do FNC é um dos itens mais importantes do programa de governo de Lula para a cultura, em 2002. Não há desculpas para, na metade do segundo mandato, o FNC despontar como um instrumento menos transparente do que era na gestão de Francisco Weffort.

5 Respostas para “FNC: A CAIXA-PRETA DO MINC”

  1. on 08 Fev 2009 at 8:54jPMEndonça

    Lembra o suposto revanchismo de Collor ao acabar com a Embrafilme, já q a classe artística q uma vez apoiou o PT em peso, agora não só debanda, como critica publicamente.
    Esse ‘abandono’ é até previsível, por assim dizer, pois o ideal dos partidos mais a esquerda, sempre foi atingir o ‘Povo’ e artista não se encaixa nessa classe, e o PT, tal qual a ARENA no passado, já está plenamente consolidado no Norte/Nordeste.

  2. on 08 Fev 2009 at 9:54Henrique de Freitas Lima

    Bravo, Leo
    Sábias e vigilantes palavras, que devem ser consideradas por todos que fazem parte desta sofrida parcela do país que gera pelo menos 5% do PIB (também aqui os dados são inexistentes ou manipulados). Basta de aventuras , somemos novas fontes às que já existem sem recuar nas conquistas que tanto nos custaram. Vejamos o bom exemplo do FSA - Fundo Setorial do Audiovisual, que inicia com ótimas perspectivas e gestão transparente.

  3. on 08 Fev 2009 at 9:55Alexandre Reis

    A Cultura é o bem mais irredutível que o povo de uma determinada nação pode alcançar na História da Humanidade. Cultura e Mercado souberam apontar muito bem nestes últimos anos as idiossincrasias e as incompetências de uma gestão ministerial incapaz; não há mais desculpas, não há mais falta de evidências, não há nenhuma hermenêutica que não tenha sido interpretada até hoje no sentido da condenação irrevogável do Governo Lula em termos de Cultura Brasileira. Essa foi a gestão que resolveu soterrar todos os pequenos produtores culturais do Brasil, produtores que há anos esperam por um lugar ao Sol.

  4. on 08 Fev 2009 at 17:10newton P. Quintanilha

    O que é verdade e que é mentira nesta terra ?

  5. on 08 Fev 2009 at 21:48Wilson Merlo Pósnik

    Leonardo:
    Outra vez, você toca num ponto muito importante: o Fundo Nacional de Cultura com a ‘caixa preta’. Isto me faz lembrar um reunião improvisada na Funarte (Rio), após o encerramento do Fórum Cultural Mundial (Fase Nacional), que havia sido no SESC Tijuca, acho que ao final de 2004 (ou 2005), se não me engano. Encontro com representantes de estados e municípios, a pedido do Márcio Meira, então Secretário de Articulação Interinstitucional do MinC (hoje na FUNAI) - antes de ser defenestrado pelo Juca. Para falar mais uma vez, no Sistema Nacional de Cultura. Lembro-me muito bem do discurso oficial - do Márcio e seu pessoal, tecendo loas sobre a sagacidade e a esperteza dos gestores da Instituição da época: graças aos recursos do FNC, o MinC teria conseguido reformar muitos dos seus próprios (especialmente, os sediados no Rio), durante aquele ano. Por isso, ficou (e fica) completamente claro, o desvio de finalidade na aplicação dos recursos do FNC, processo antigo e recorrente. Manter a ‘caixa preta’ sob uma nuvem de camuflagem, sempre foi a tática preferida destes e de muitos dos seus antecessores.

fonte: http://www.culturaemercado.com.br/post/a-cultura-brasileira-entre-aspas-nas-maos-da-elite-que-pensa-em-branco/

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Sérgio Mamberti escuta, aqui, as reivindicações


Ele mostrou-se solidário e garantiu estar atento aos questionamentos apresentados

Os problemas são muitos, mas as soluções caminham a passos lentos. Ontem, o presidente da Fundação Nacional das Artes (Funarte), Sérgio Mamberti, durante encontro com artistas e produtores do Nordeste, ouviu uma série de reivindicações dos mais diversos segmentos culturais.

Ele mostrou-se solidário e garantiu estar atento aos questionamentos apresentados. Falou da desburocratização do serviço público para aproximá-lo da classe artística e disse que deixará como legado, no término do mandato, uma Funarte reconstruída e com representações em outros Estados (hoje só há em São Paulo e Brasília e o Recife está estruturando a sua).

“Essa conversa passa a ser orientada no sentido das possibilidades que a gente tem. Precisamos regionalizar os editais e chegar aos municípios essa política (de cultura) para que eles possam participar, e como abranger tudo isso e ter caminhos de interligação e institucionalizar processos que possam garantir essa participação”, disse Mamberti, frisando que para isso é necessário “desburocratizar esses processos”. O ator e jornalista Manoel Constantino pediu a volta das Caravanas do Nordeste e cobrou políticas para a sustentabilidades dos grupos. Ele lembrou que a discussão sobre a economia da cultura avançou muito pouco. Já o cantor sertanejo Santana sugeriu que os tributos sejam diferenciados para os grupos de mercado e os de cultura popular.

A visita de Mamberti ao Estado tem como objetivo estreitar os laços com os gestores públicos da área de cultura e com artistas e produtores, discutindo as ações da Funarte para os próximos dois anos. Mamberti teve reuniões fechadas com funcionários da Representação Regional do Ministério da Cultura e com secretários de cultura de oito estados e sete capitais do Nordeste.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

O Ornitorrinco Gestor

fonte: http://www.culturaemercado.com.br/post/o-ornitorrinco-gestor/



O conjunto de certezas a que a modernidade já chegou não permitiria que coisas absurdas continuem acontecendo. E estas continuam acontecendo como se nada tivesse ocorrido nesses últimos três mil anos.

Quando será, enfim, o amanhã? Se hoje sempre o deixamos para depois? O ser humano, quando detentor de poderes públicos, principalmente, acontece de muitas vezes perder a razão e o real dimensionamento de sua importância no cotidiano. As palavras são nossas e ao mesmo tempo do outro também. A alteridade do conhecimento precisa ser praticada e anunciada.

Em sua maioria, os políticos empossados formam um time de seres decalcados da realidade, jogando o jogo absurdo do poder contra o poder, tendo os secretários como seus merecidos gandulas.

Tudo estaria bem, não fosse alguns ainda viverem na era ptolomaica. Isto é, estão um pouco mais do que muito antes da antiguidade, no que diz respeito a conceitos, percepções e direitos humanos.

Há essa espécie perdida no limbo da evolução da vida na terra. Não é essa passando agora mesmo no outro lado da rua. Já não estamos falando dos políticos, mas do nobre ornitorrinco, que passou à história como a prova viva e estacionária dos vários estágios que se seguiram para se chegar aonde hoje estamos todos, cada um no seu galho.

Acontece que o nobre ornitorrinco, que se fixou na transição entre répteis e mamíferos (ele é um mamífero ovíparo), pode também ser a metáfora de um certo tipo de comportamento que, insistentemente, resiste à evolução. E agora, sim, estamos novamente falando dos políticos, de forma geral.

Falamos do homem público, especialmente dos gestores, aliás, às vezes comumente chamados de antas. Ou mesmo de aproveitadores, dissimulados, também de desonestos e por aí, sendo quase que inúmeros e quase que sempre justos, os motivos de tais chamamentos e comparações.

Não pretendemos aqui elaborar um tratado escatológico do político e gestor público brasileiros. Seria pura perda de tempo. Afinal, eles parecem não ler jornais, quando apelados à reflexão; somente quando são cobrados por gente simples que, com artigos, por exemplo, em uma revista eletrônica, se torna porta-voz do povo decepcionado que os elegeu, momento em que se dizem injustamente perseguidos.

Mas seria interessante nos ater a uma classe de político considerada de transição e, qual o ornitorrinco, muitas vezes resistente à evolução em seus meios e modos, apresentando práticas nitidamente estagnadas. São os secretários, muitos deles apenas eternos seres servientes de não se sabe que idéias e ideais.

Sempre na ante-sala do poder e nos bastidores da ação, muitos na retaguarda da reflexão, os secretários lutam por um lugar ao sol, mas devem sempre estar à sombra de seus respectivos mandantes, ao qual secretariam.

Muitas vezes eles são obrigados a agir contrariando seus interesses, seja pela pressão vinda de baixo ou pela pressão vinda de cima. Mas isso não é nenhum incômodo, pois na maioria das vezes, do tipo de secretário de que falamos, a eles não importa o que querem, mas somente importa aonde estão.

Os dias se sucedem e a simples proximidade com os poderosos os satisfaz e parece lhes transmitir poder, ingênuos e obtusos que são. Procura-se uma osmose, que com o passar do tempo rareia cada vez mais e os definha no caráter.

Embora de hábitos noturnos, agindo na calada da noite, e símbolos do passado vivendo no presente, definitivamente, há coisas a que nem o ornitorrinco, o verdadeiro, aceitaria se submeter.

Uma Resposta para “O Ornitorrinco Gestor”

  1. on 28 Jan 2009 at 10:25Carlos Henrique Machado Freitas

    Pois é, meu caro PX!
    Imagino que andaste passando uns dias aqui nas terras de Araribóia.
    Terra santa dos eternos feriados para os, ditos cujos, gestores públicos da nossa matriarca costeira.

    Tenho a impressão de que tais gestores são, quando úteis politiqueiramente (raridade) para o patrãozinho, uma espécie de Dirceu Borboleta dos Odoricos que, por sinal, são muitos por aqui.

    Aqui, no Estado do Rio, a cultura vive um certo Estado de Sítio,
    as figuras carimbadas e já manjadas da velha política (Do leme ao pontal não há nada igual), chegam em caravanas civilizatórias a descobrir, ainda ,as terras cabrálias das “Cidades Mortas”, à caça de um certo título messiânico, inspidados num certo Tenório Cavalcante da era digital.

    Essas figuras caminham entre o povo como numa comitiva rumo a posse (Bloco dos Napoleões). Placas, condecorações, discursos e etc. E cá, pelos lados da (Serra das Araras), Papagaio de Pirata chega todo PROSA.
    É moço branco nas terras broncas, banhado de água de cheiro, gomalina no rabo de burro, trazendo a boa nova junto com os Três Reis Magos magros de recurssos e fai esta gente boa, faz até da cana verde, caldo de garapa adoçado na marra para levar para a sua casa na Lapa e pingar umas gotinhas de adoçante, esses que migram dos bistrôs para entoar, em uníssono e em tom exótico no bonde do gringo, os cânticos e suas acentuações à bangú. Então ouviremos, “coitado do Zé Mariáaaa”….

    Coitado mesmo do Zé Maria, carregador de piano, ver essa gente toda fazê-los de marionetes a seus gostos e modos, vendendo um “Brasil Místico” e seu messianismo vilipendiador.
    É O ALINHAMENTO POLÍTICO POLIDO DAS TRÊS ESFERAS DO PODER!

    Ai, é festa. Imagina um encontro do caça-patrocinios, com a autoridade legislativa das muitas esferas do poder, o secretariado e seus efeitos colaterais caminhando lado a lado.

    Sim, o mote cultural tem se transformado em um jogo de camisas para o time do cascudo de futebol de várzea. Tá tudo dominado! Infelizmente, comunidades inteiras estão nas piores mãos e debaixo de um chantagem vil que não há como descrever.
    O pior de tudo é o estrago que isso faz dentro das comunidades, pois os contrários ao alinhamento com esse indigesto gestor, acabam transformando a vítima que é o próprio parceiro de comunidade, em algoz. E a fragmentação de um bloco social unido pela cultura, vai sentindo os impactos dessa intervenção.

    A valorização do palanque, picadeiro preferido desse enorme circo tem como figura simbólica e brasão central, os patriarcas e as matriarcas.

    Todos à postos, um mote está ali incauto a ouvir o efeito dominó ao contrário. Então, puxamos a fieira dos bagres e o discurso segue…. “ESTAMOS HOJE AQUI INAUGURANDO MAIS UM “PONTO DE CULTURA”, POR INTERMÉDIO DO FULANO, CANDIDATO A VEREADOR QUE FALOU COM O VEREADOR AQUI PRESENTE, QUE FALOU COM O DEPUTADO QUE AQUI ESTÁ, QUE CHEGOU NA MESA DO SECRETÁRIO ESTDUAL, QUE PASSOU PARA O SECRETÁRIO FEDERAL, QUE PASSOU PARA O MINISTRO”. Tudo isso de cultura!!!!!!

    Rufem os tambores! Soltem os foguetes! Alguém vai gritar, “é sua vez Nezinho! E ele grita… Viva o Odorico, amigo do povo! Mas, como todos sabemos, escondem a cachaça do Nezinho, porque depois das duas da tarde, Nezinho vira lobisomem e começa a comer políticos.

    Mas não posso reclamar, um dia ainda viro “Monteiro Lobato”, a fazer crônicas, dessas pérolas, verdadeiras fábulas concretas para divertir gerações. Essa gente é um poço de inspiração de uma água infinita. Quanto mais fazemos buraco, nós, os Jecas-Tatus, mais o poço faz água.


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